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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A MULHER VIRTUOSA


10 אֵשֶׁת־חַיִל מִי יִמְצָא וְרָחֹק מִ‍פְּנִינִים מִכְרָהּ׃ BHS

10 Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins. ARC
10 Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias. ARA
O Livro de Provérbios pertence ao grupo dos que são denominados genericamente “poéticos e sapienciais”. Ele é composto por uma série de coleções que, em forma de máximas, refrães, ditos e poemas, transmitem a antiga herança de sabedoria de Israel. O conteúdo, no seu conjunto, é encabeçado pelo título “Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel” (1.1 מִשְׁלֵי שְׁלֹמֹה בֶן־דָּוִד מֶלֶךְ יִשְׂרָאֵל), razão pela qual a obra completa foi atribuída freqüentemente àquele monarca, célebre pela sua sabedoria e autor de três mil provérbios e mil e cinco cânticos (1Rs 4.29-34).
De fato, uma leitura atenta do livro realça rapidamente a complexidade da sua composição. Além de Salomão, são citados como autores ou compiladores de sentenças e ditos: Agur, filho de Jaque (30.1), e o rei Lemuel לְמוּאֵל מֶלֶךְ (31.1), ambos, segundo se crê, oriundos da tribo de Massá, descendentes de Ismael (Gn 25.14). Em três ocasiões, se especifica que Salomão é autor dos provérbios que seguem (1.1; 10.1; 25.1); em outras duas, se atribuem aos “sábios” (22.17; 24.23), e em uma é mencionada a colaboração dos copistas a serviço de Ezequias, rei de Judá (25.1).
Provérbio é denominado de mashal משל em hebraico, palavra aparentada com uma raiz que, além de outros significados, inclui o de “dominar” , “reger”, “ governar”, “ter domínio”, “reinar”. Essa idéia tipifica um autêntico mashal como uma expressão persuasiva e estimulante. Mashal משל como máxima moral ou sentença que avalia e compara diversas condutas e atitudes adotadas frente à vida.
A nossa atenção é voltada para o versiculo 10 do capitulo 31 do livro de Provérbios. O seu contexto mostra que a mulher virtuosa de provérbios ela é compassiva, competente, digna de confiança, diligente, habilidosa, mulher de negócio, fabrica , importa, vende produtos, faz tapeçaria e confecciona roupas, gerencia seus recursos financeiros, planta, colhe, uma excelente dona de casa, esposa, mãe zelosa.(Prov.31.10ss)
O rei Lemuel recebe instruções de sua a mãe a buscar uma mulher virtuosa que é colocada num patamar de valor inestimavel. Pouco se sabe a respeito de Lemuel, a não ser que foi um rei que recebeu sabios ensinamentos de sua mãe. O nome dele significa “dedicado a Deus”. A rainha-mãe era uma personagem de influencia no antigo Israel (I Rs1:11-13 – 15:13). O conselho ao rei Lemuel da parte de sua mãe advertindo acerca de algumas questões, principalmente (vr.10s.) uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar . (NVI)
Este versiculo nos apresenta (vr.10) duas coisa: à qualidade e o valor . Esta mulher tem qualidade e também tem valor. A sua qualidade é a virtude, seu valor excede o de rubis (ARC). O termo exceder v.t. Do lat. Excedere; ultrapassar, ir além de. O termo hebraico para virtuosa רחק rachoq vem de uma raiz primitiva que significa; estar ou vir a estar longe, estar ou vir a estar distante. A Bíblia Versão King James diz que: “o seu valor em muito ultrapassa os da finas joias! A Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje diz “como é dificil encontrar..,ela vale mais do que pedras preciosas!”. Mostrando seu valor raro e inestimavel.
Observe a qualidade dessa mulher; Virtude – sf. (do lat. Virtus, virtutis) Disposição constante de praticar o bem e evitar o mal, qualidade própria para produzir certos efeitos. Dic. Larousse. O dicionário Priberam diz que é o conjunto de todas ou qualquer das boas qualidades morais. Virtuosa é austeridade no viver, eficácia, força, vigor.
Em nossa sociedade, onde as beleza fisica é exaltada. Se vê mais aparencias e estéticas, valorizando mais o exterior do que o carater. A descrição da mulher virtuosa é um poema acróstico, que exalta a honra e a dignidade da mulher, não o que se pensa hoje em nossa sociedade, um conceito totalmente distorcido de valores. Percebe-se que aparencia dessa mulher não é mencionada. A causa de ser atraente e´exclusivamente atribuido ao carater dela. O curioso é a desvalorização da beleza , mas a enaltece as qualidades. Dessa mulher se menciona “as mãos”, “as palavras”, “o braço”, “sua atividade”, ou seja, aquela que dirige tudo com sensibilidade, competencia e criatividade.

O conselho é que além de sua qualidade especificada e clara para qualquer entendedor , também mostra o se valor que excede o de rubis (ARC).
Rubi é uma pedra preciosa vermelha que faz parte de uma variedade do mineral “coríndon” (coríndon vem do francês que significa rubi). Coríndon, ou Corundum é um mineral à base de óxido de alumínio, que representa valor 9 em dureza, na escala de Mohs. Naturalmente transparente, pode ter cores diferentes de acordo com impurezas que estejam incorporadas à sua matriz. Geralmente o de coloração vermelha é chamado de rubi, ocorrendos outras variações: amarelo, rosa, púrpura, verde e cinzento; o azul é chamado de safira. Existe uma tabela de 1 a 10 que qualifica a dureza dos minerais, isto é a sua resistência. Esta escala foi formada em 1812 pelo mineralogista alemão Friedrich Mohrs com 10 minerais diferentes dureza existente na crosta terrestre.

Dureza Mineral
1 Talco, (pode ser arranhado facilmente com a unha)

2 Gipsita (ou Gesso), (pode ser arranhado com unha com um pouco mais de dificuldade)
3 Calcita, (pode ser arranhado com uma moeda de cobre)

4 Fluorita, (pode ser arranhada com uma faca de cozinha)

5 Apatita, (pode ser arranhada dificilmente com uma faca de cozinha)
6 Feldspato / Ortoclásio, (pode ser arranhado com uma liga de aço)

7 Quartzo, (capaz de arranhar o vidro. Ex.: Ametista)

8 Topázio, (Capaz de arranhar o quartzo)

9 Coríndon, (Capaz de arranhar o Topázio)

10 Diamante, (Mineral mais duro que existe, pode arranhar qualquer outro e é arranhado apenas por outro diamante)
Observe que essa mulher não é comparada ao rubi, o seu valor excede, ou seja, ultrapassa, ela na verdade é comparada a mais rara e preciosa jóia ou pedra preciosa o diamante. O rubi tem dureza 9 na escala de Mohs, e entre as gemas naturais somente é ultrapassado pelo diamante em termos de dureza. A gema é um mineral ou uma rocha, material cortado e facetado e polido. A gema de rubi é valorizada de acordo com varias características incluindo tamanho, cor, claridade, corte. Todos os rubis naturais contêm imperfeições. Quanto menor é menor a imperfeições, mais caro é o rubi. Os rubis naturais são excepcionalmente raros, mas produzem-se rubis artificialmente que são comparativamente baratos.
O diamante é uma forma alotrópica (do grego allos, outro, e tropos, maneira) do carbono (do latim carbo, carvão). O carbono é um elemento notável por várias razões. Suas formas alotrópicas incluem, surpreendentemente, uma das substâncias mais frágeis e baratas (o grafite) e uma das mais rígidas e caras (o diamante). O grafite é condutor de eletricidade, propriedade que permite seu uso em processos de eletrólise. A electrólise é um processo que separa os elementos químicos de um composto através do uso da electricidade. Em química, um composto é uma substancia formada por dois ou mais elementos, ligados numa proporção fixa e definida. Por exemplo, a água é um composto formado por hidrogênio e oxigênio na proporção de dois para um. Sob pressões elevadas, o carbono adota a forma de diamante, A transformação em grafite na temperatura ambiente é tão lenta que é indetectável. Sob certas condições, o carbono cristaliza como lonsdaleíta (A lonsdaleíta é um polimorfo hexagonal de carbono; materiais sólidos poderem existir sob mais de uma forma), uma forma similar ao diamante.
Essa mulher representa no pensamento a mais pura jóia e beleza, com caracteristicas imprescindivel, ao mesmo tempo com a pequenez de um grafite ( fragil), mas preciosa, bela, resitente como um diamante. Por isso torna tão rara, contendo ao mesmo tempo um lado (ao parecer) fragil e, pelo outro lado tá bela e resitente, sabendo diferencias (separar) os elementos essenciais da vida.
Bibliografia
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia King James de 1611
Bíblia Nova Versão Internacional
Bíblia Anotada
Bíblia Peregrino
Biblioteca Digital Libronix
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index. php?lingua=portugues-portugues&palavra=exceder
http://priberam.sapo.pt/dlpo/default.aspx?pal=virtude
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corindon
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rubi
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gema_(mineralogia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Mohs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbono
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diamante
http://pt.wikipedia.org/wiki/Composto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lonsdale

sábado, 22 de janeiro de 2011

AGAPE (ἀγάπη ) O AMOR INCONDICIONAL



Fala-se do amor das mais diversas formas: amor físico, amor platônico, amor materno, amor a Deus, amor a vida.
É o tipo de amor que tem relação com o caráter da própria pessoa e a motiva a amar (no sentido de querer bem e agir em prol). As muitas dificuldades que essa diversidade de termos oferece, em conjunto à suposta unidade de significado, ocorrem não só nos idiomas modernos, mas também no grego e no latim.
O grego possui outras palavras para amor, cada qual denotando um sentido específico. No latim encontramos amor, dilectio, charitas.
A palavra amor presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação.
Muitas vezes se confundem os termos amor com sexo por estarem associados.
Etimologicamente sexo vem do latim “sexus” do verbo = “sekare”, “cortare”, “separar”, “distinguir”. A definição geral da palavra sexo é, “tudo o que diferencia o homem e a mulher”, e essa diferenciação dá-se em cinco sentidos:
1) No Sentido Morfológico – diferenças anatômicas – Essa diferenciação é bem visível e notada entre um homem e uma mulher. Anatomicamente quase 100% dos órgãos externos e são bem visível. Isto esteticamente falando.
2) No Sentido Fisiológico – diferenças funcionais – como genitálias, voz, glândulas mamarias, distribuição de pelos gestos, atitudes, reações, desempenho e funções.
3) No Sentido Biológico – diferenças bioquímicas – como no caso das hemácias, temperatura do corpo, hormônios, batimentos cardíacos.
4) No Sentido Neurológico – diferenças intelectuais- como formas de pensamentos completamente diferentes e que leva a ter gostos e atitudes diferenciadas um do outro.
5) No Sentido Psicológico – diferenças emocionais – aqui está às maiores diferenças que envolve o lado emocional entre um homem e uma mulher. A ciência bem comprova essa vasta diferença nessa área entre o homem e a mulher, não sabendo essa (mulher) muitas vezes diferenciar “amor” e “paixão”, o fazendo sofrer muito mais no relacionamento.
No sentido restrito “sexo” é a parte fisiológica dos seres humanos e a sexualidade é a parte psíquica, de modo mais amplo a sexualidade é a dimensão da nossa personalidade do sexo. É bom lembrarmos que o sexo na função biológica das pessoas, ela envolve a mente e as emoções. Sexus são características físicas permanentes, que permite distinguir, em cada espécie, os machos e as fêmeas. Também é usado no sentido de órgãos sexuais de um homem ou de uma mulher e em atos sexual, cópula.
 Homem: o sexo é mais biológico do que afetivo
 Mulher: o sexo é mais afetivo do que biológico
 Homem: é um ser basicamente lógico
 Mulher: é um ser basicamente emotivo
 Homem: é um ser mais racional
 Mulher: é ser mais intuitiva
 Homem: é mais pratico naquilo que executa
 Mulher: vê as coisas do lado estético
 Homem: vê mais o conjunto das coisas
 Mulher: cuida dos detalhes
Uma das principais perguntas que geralmente as pessoas fazem na área do relacionamento é: Como a gente sabe se está amando de verdade?
Geralmente há uma confusão muito grande entre o que é amor verdadeiro e alguma coisa que a gente chama de paixão. Nem sempre é fácil distinguir entre amor e paixão. Por isso que muitas pessoas tomam decisões precipitadas.
Existem substancia química agindo no corpo quando uma pessoa está apaixonada. O cérebro regula a liberação de neurotransmissores, os responsáveis por emoções associada amor à paixão. É liberada no organismo, a dopamina – uma substancia que dá a sensação de “como é bom amar” – depois libera a feniletilamina – faz a pessoa sentir como uma borboleta, nos primeiros tempos do romance. A adrenalina, por sua vez, faz suar e coração disparar quando o amado aparece. Mas depois que diminui o efeito do coquetel da paixão; outra substancia trabalham para fortalecer os vínculos do casal. O cérebro libera a endorfina e ocitocina que provocam a sensação de bem-estar.
Pai.xão - sf (lat passione) Sentimento forte, como o amor, o ódio, movimento impetuoso da alma para o bem ou para o mal. Mais comumente paixão designa amor, atração de um sexo pelo outro.
Etimologicamente a palavra paixão vem do latim “patior”, com o significado de padecer, ser afetado por um objeto e reagir por um movimento.
A paixão pode ser dividida em: paixões inferiores ou sensíveis e paixões superiores ou intelectuais. No primeiro estão as paixões básicas do beber, comer, e a sexual; no segundo, a procura da verdade, a produção do belo e o progresso do bem e na justiça.
A paixão pode chegar a dominar a razão e a vontade, substituídas pela imaginação e pelo desejo; isto geralmente acontece com as paixões chamadas inferiores, ao contrário das superiores que exaltam a razão e a vontade.
Há diferenciações em cinco sentidos entre os sexos paixão:
“Paixão” – é algo repentino, aparece num momento.
“Amor” – baseia-se no compartilhar mutuo.
“Paixão” – baseia-se numa satisfação egoísta.
“Amor” – concentra-se em uma só pessoa.
“Paixão” – tem dificuldade de se concentrar em uma só pessoa.
“Amor” – caracteriza por segurança e confiança.
“Paixão” – caracteriza por insegurança e ciúmes.
“Amor” – respeito mútuo e leva ao ajustamento.
“Paixão” – há exploração e manipulação, são emoções inconstantes.
O sociólogo John Alan Lee acrescentou mais três tipos de amor romântico, além dos que já se conhece. Lee designou nomes gregos e latinos para essas categorias, salientando que muitas relações amorosas são combinações de dois ou mais desses padrões.
Amor Fisico Gr. “επιθυμια epithumia” – Desejo, anelo, anseio, desejo pelo que é proibido, luxúria. Vem de επιθυμεω epithumeo que significa “girar em torno de algo.” Vem precedida da preposição επι epi - em cima de, perto de, atráves de. Em junção com “θυμος thumos” - paixão, raiva, fúria, ira que ferve de forma imediata e logo se acalma outra vez.
Desenvolve-se este aspecto, elevando-se o seu valor. Quando usada no sentido negativo é traduzido como lascívia. Quando usado no sentido positivo é traduzido como desejo. Nesse sentido é um bom indicador da saúde da vida de um casal.
Amor Emocional Gr. “ἔρως érōs” - Desenvolve –se este aspecto, criando condições para o romantismo. É também o amor atrativo, instinto, espontâneo, paixão popular romântico, sua origem é no instinto sexual. Está concentrado no corpo, ou seja, se expressa nos membros do corpo. É o amor que busca a satisfação sexual. De acordo com Lee, o érōs muitas vezes se acende com rapidez para logo se apagar e é com pouca freqüência que se transforma num relacionamento duradouro.
Aristóteles diz que érōs sempre começa com o prazer dos olhos, que ninguém se apaixona sem primeiramente ficar encantado pela beleza, e que o amor não é amor. Deve entender que o amor gr. érōs não é pecaminoso e nem diabólico. Mas quando reina sozinho torna-se egoísta e interesseiro.
Amor Social Gr. “στοργή storgē” - Desenvolve-se este aspecto, assumindo a responsabilidade de ser sócio. É também amor afetivo, amor romântico, amor familiar, amor conjugal, amor domestico. Este amor envolve reciprocidade. Este amor é objetivo, pois une almas. Vidas corações, e não apenas corpos. Exige-se disciplina, lealdade entre os dois que amam. Não vivem sós de palavras, sonhos, emoções, mas de fato. O amor gr. στοργή storgē é gradativo, paulatino, ou seja, vai crescendo aos poucos, é totalmente oposto do amor gr. érōs que é repentino, sem expectativa. Stergein designa o sentimento calmo e inserido em nós que, apoiado em um objeto próximo a nós, reconhece que estamos ligados a ele, e se satisfaz nesse reconhecimento.
Para Lee o storgē emerge das amizades, mas não tem um ponto inicial identificável em que as pessoas se dêem conta de que se apaixonaram. O storgē é um tipo de amor estável e sólido que é capaz de suportar crises.
Amor Intelectual Gr. “φιλία philía”. Desenvolve-se este aspecto, trazendo à consciência a responsabilidade fraternal. É amor fraternal, filantrópico (vem de gr. φιλέω philéo), amor ao próximo, generoso, social, patriótico, cívico. O amor não exige raça, sexo idade ou não é independente do contexto. É essencial nas relações humanas (nações, famílias, vizinhos, amigos etc.)
Philía descreve um relacionamento caloroso, intimo e tenro do corpo, mente e espírito. Inclui o lado físico do amor, pois verbo philein pode significar beijar ou acariciar. Mas philía, como todas as coisas humanas podem alterar-se, pode diminuir e seu calor esfriar.
O Amor Ludus, oriundo do latim – zombaria, escárnio, por divertimento, qualquer outro exercícios de recreação, engano. Ludus se refere a um tipo de amor brincalhão descompromissado. Os amantes lúdicos têm propensão a envolver-se num tipo de jogo e em geral não demonstram nenhum comprometimento com o outro. Podem sair com vários parceiros (as) e preservar suas opções evitando depender do amante. Nessa forma de amor, o sexo é mais como uma “brincadeira” do que um compromisso sério.
O Amor Mãnia, em contraste, é o tipo de amor tempestuoso, desordenado. A palavra deriva do grego "μανία" ( mania ), "loucura, frenesi", e que a partir do verbo "μαίνομαι" ( mainomai ), "a louca, a raiva, a fúria.". A Mãnia tem uma conotação de loucura e agitação, é impulsionado por ânsias poderosas – a “necessidade de atenção e afeto por parte da pessoa amada é insaciável”. Esses sentimentos podem ficar tão intensos que a pessoa perde o contato com a realidade. Quando isso acontece a pessoa acredita em coisas estranhas sobre a sua personalidade e que muitas vezes pode agir de forma constrangedora e às vezes pode até mesmo agir de forma perigosa.
O Amor Pragma (πράγμα )é o amor mais pratico e sensato. O amor pragma está em busca da pessoa adequada com uma lista mental de características desejáveis na pessoa amada. Uma vez que seja encontrado o candidato provável, se houver algum entendimento mútuo, o amor pragmático pode evoluir para sentimentos mais intensos.
O amor Pragma é (combinação de Ludus e Storge) amor pragmático, amor prático que sabe bem que qualidade quer do seu par, não procura grande excitação ou intensidade de sentimentos, mas uma vida satisfatoriamente planeada e construída com alguém.
Amor Incondicional Gr. “ἀγάπη agapē”, - Desenvolve este aspecto, pois é independente de qualquer reciprocidade. O amor divino procede do coração de Deus é amor eterno, imutável, incomparável, perfeito. Deus é a perfeição desse amor. Esse “amor” não implica em um sentimento como nos demais, mas sim, numa atitude e comportamento diferenciado. Está associado há um bom relacionamento social e intelectual, psicológico e espiritual.
O amor agapē é o espírito no coração que nunca procurará outra coisa senão o sumo bem do seu próximo. Não se importa com o tratamento que recebe do seu próximo, nem com a natureza dele; não se importa com a atitude do próximo para com ele, nunca procurará outra coisa a não ser o sumo bem do próximo, o melhor para ele. Agostinho disse a respeito de Deus que Ele ama a todos como se houvesse uma só pessoa para Ele amar; o amor cristão deve modelar-se no amor de Deus.

Fontes de Pesquisas
William Barclay – As Obras da Carne e o Fruto do Espírito, pg.60ss.- Ed. Vida Nova
Masters e Johnson - O Relacionamento AMOROSO Segredos do Amor e da Intimidade Sexual, pg.223 – Ed.Nova Fronteira
Sergio e Magali Leoto – Casamento para Crescer, pg.8ss, Ed.Abba Press
Michael Carrera – SEXO Os fatos, os atos e os prazeres do amor, Ed Círculo do Livro
Pe. Fernando Bastos de Ávila - Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, pag.440
Winkie A. Pratney – A Natureza e o Caráter de Deus, pg.190 ed.vida
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amor
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index. php?lingua=portugues-portugues&palavra=paixão
http://origemdapalavra.com.br/palavras/mania/
http://en.wikipedia.org/wiki/Greek_words_for_love
http://en.wikipedia.org/wiki/Mania
http://www.webservos.com.br/gospel/estudos/

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Koinõnia X Pleonexia



Pleonexia, às vezes chamado pleonexy, provém da língua grega πλεονεξια e é um conceito filosófico empregados tanto no Novo Testamento e nos escritos de Platão e Aristóteles. Ele corresponde aproximadamente à ganância, a avareza, que é rigorosamente definido como "o desejo insaciável de ter o que por direito pertence aos outros", descreve-se como "cruel egoísmo e uma suposição arrogante de que os outros e as coisas existem para benefício próprio” apetites e desejos sexuais contrários às leis de Deus e dos homens. Pleonexia é o pecado que deu livre vazão ao desejo de ter o que não deve.
A idéia etimológica de pleonexia está em pleon, que significa “mais”, “ter mais”. A avareza é uma palavra que sugere ainda outro sentido em pleonekteo πλεονεκτεω e significa “tirar vantagem, lesar, defraudar ou enganar, alguém ansioso para ter mais, o que pertence aos outros, ávido por ganância, cobiçoso”. Vários textos bíblicos ilustram esses significados (2 Co 7.2;12.17,18; 1Ts 4.6).
Marcus Tullius Cicero, (106 à 43 a.C) filósofo, orador, escritor, advogado e político romano. Normalmente visto como sendo uma das mentes mais versáteis da Roma antiga. Foi ele quem apresentou aos Romanos as escolas da filosofia grega e criou um vocabulário filosófico em Latim. Cicero definiu avaritia (avareza), como injuriosa appetitioalienorum, “o desejo ilicito pelas coisas que pertencem aos outros”.
William Barclay diz que pleonexia πλεονεξια descreve como "um amor maldito de ter", que "vai prosseguir os seus próprios interesses, com total desrespeito pelos direitos dos outros, e até mesmo para as considerações de humanidade comum". Ela opera em três esferas da vida. Na esfera material envolve "agarrar no dinheiro e bens, independentemente de honra e honestidade". No plano ético, é "a ambição que pisoteiam os outros para ganhar algo que não tem significância para ele". Na esfera moral, é "a cobiça desenfreada que leva o seu prazer onde ele não tem direito de tomar". Pleonexia é o apelo do agindo injustamente à custa dos outros. Esse pecado tem destruído muitos cristãos, os quais, uma vez dominados pela avareza, são capazes de articular situações fraudulentas e de tirar vantagens da boa fé de outras pessoas, desde que satisfaça apenas o seu aproveito próprio (2 Pe 2.3).
Koinonia é um termo grego da palavra (κοινωνία), que significa comunhão, participação íntima. A palavra é usada freqüentemente no Novo Testamento da Bíblia para descrever a relação dentro do primeiros cristãos da igreja. Koinõnia significa "um participante", compartilhar uns com os outros em uma propriedade em comum. Implica o espírito de partilha generosa ou o ato de dar, em contraste com o egoísmo (pleonexia πλεονεξια) recebendo. Quando koinonia está presente, o espírito de partilha e de dar torna-se palpável. Na maioria dos contextos, a generosidade não é um ideal abstrato, mas uma ação demonstrável, resultando em uma expressão concreta e realista de dar. No grego clássico, koinonein significa "ter uma participação em uma coisa"
Também significando um companheiro, um parceiro ou um co-proprietário. Portanto, koinonia pode implicar uma associação, o esforço comum, ou uma parceria em comum. O termo também pode referir a uma relação espiritual. Nesse sentido, a significar algo que é mantido e partilhadas com outros para Deus, falando com Deus "homem" relacionamento com ele. Epicteto fala de religião como “com o objetivo de ter koinonia com Zeus”. A comunidade cristã primitiva viu isso como uma relação com o Espírito Santo. Neste contexto, destaca koinonia um propósito maior ou missão que beneficia a maior parte dos membros como um todo. O "termo" entusiasmo é ligado a este sentido de koinonia pois significa "estar imbuídos do Espírito de Deus em nós. "
Koinõnia significa “tendo em comum”; koinos, ‘comum’, ‘pertencente a vários’; em latim, communis, referido a coisas tidas em comum (At 2.44; 4.32); à fé (Tt 1.4); à salvação (Jd 3); é alguém que tem participação, companheirismo reconhecido e desfrutado. É usado acerca: das experiências e interesses comuns dos cristãos.
Koinõnia é o espírito do compartilhar gracioso em contraste com o espírito egoísta que deseja obter tudo para si.
Pleonexia significa “uma ganância arrogante”, é o espírito que procura tirar aproveito do seu próximo. O verbo corresponde, pleonektein, significa “defraudar” ou “burlar”. Está ligado com a conduta “totalmente desavergonhada”, com “ambição que se excede”, “o desejo ilícito pelas coisas que pertencem aos outros”. Pleonexia - “cobiça”, literalmente, “desejo de ter mais” (formado de pleon, “mais”, e echõ, “ter”), sempre no sentido ruim.
As Cincos Diferenças entre Koinõnia X Pleonexia
1ª- Koinõnia – Significa “compartilhar de amizade”, é uma permanência no convívio dos outros. At.2:42
Pleonexia – O homem cujo único desejo de obter e que nunca sequer pensa em dar, egoísta. Lc.12:15
2ª- Koinõnia – Significa “uma divisão prática” com os que são menos afortunados. A comunhão cristã é uma coisa prática. Rm.15:26; II Cor. 8:4;9:13
Pleonexia – Descreve o pecado do homem que usa sua posição por vantagem própria, para aproveitar-se das pessoas a quem deve servir, o homem que vê seus vizinhos como criaturas a serem exploradas e não como filhos de Deus que devem ser servidos. I Ts.2:5; II Pe.2:3
3ª- Koinõnia – Significa “uma cooperação na obra de Cristo” Fp.1:5
Pleonexia – Em Cl.3:5 é identificado coma idolatria. É a adoração aos objetos em lugar de Deus. Quando o homem tem pleonexia no seu coração, ele perde Deus de vista num desejo louco de obter.
4ª- Koinõnia – Significa “um membro no convívio da fé”, o cristão nunca é uma unidade isolada. Ef.3:9
Pleonexia – é o pecado do mundo sem Deus; Rm.1:29. O homem virou as costas às leis de Deus
5ª- Koinõnia – Significa “viver na comunhão, na presença, no convívio, na ajuda e na orientação do Espírito”. Fp.2:1;II Cor.13:14
Pleonexia – è o desejo de ter aquilo que é proibido, esta ligada ao pecado sexual (Mc.7.22; Rm.1.29; Ef.4.19). É não refrear os apetites e desejos contrários as leis de Deus e dos homens.
Lightfoot teólogo Inglês 13 de abril, 1828 - 21 de Dezembro de 1889 (sobre Rm 1.29) define pleonexia como “a disposição que sempre está a sacrificar o próximo em lugar de si mesmo em todas as coisas.”

Bibliografia
Elienai Cabral – Mordomia Cristã, pg. 128
William Barclay - Palavras do Novo Testamento, pg.166
Biblioteca Digital Libronix
http://en.wikipedia.org/wiki/Pleonexia
http://en.wikipedia.org/wiki/Koinonia
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADcero
http://en.wikipedia.org/wiki/Joseph_Barber_Lightfoot

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

"Lúcifer" em Isaías 14:12-17


O nome Lúcifer tem sido muitas vezes entendido como outro nome para o diabo ou Satanás. Esta identificação tem uma longa história na Igreja, que remonta a pelo menos o quarto século. Sua origem é na verdade de uma passagem do Antigo Testamento do livro de Isaías que, para alguns, fala de um ser expulso do céu por causa do orgulho. Uma vez que algumas pessoas vêem uma referência ao demônio sendo expulso do céu no Novo Testamento (Apocalipse 12:9-12; Cf Lc 10:18), eles concluíram que a passagem de Isaías se refere à mesma coisa.
A passagem (ARC): 14:12
12 Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!
13 E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte.
14 Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
15 E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.
16 Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos?
17 Que punha o mundo como um deserto e assolava as suas cidades?

Na tradução do Rei James, versículo 12 diz:
Como caíste do céu, ó Lúcifer , filho da manhã ! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!

… O Lucifer, son of the morning!..
....O Day Star, son of Dawn… (outra tradução)
dawn sig; alvorada, amanhecer, romper o dia, raiar o dia, fig começo, início, despertar, origem.
Enquanto que morning sig; de manhã bem cedo, adj matutino.
Aqui é onde encontramos o nome de Lúcifer.
O termo Lúcifer foi popularizado em Inglês da tradução do Rei James. No entanto, o nome não vem do hebraico, ou mesmo a partir da tradução grega (Septuaginta), mas a partir do século IV dC da tradução latina deste versículo:
quomodo cecidisti de caelo lucifer qui mane oriebaris corruisti em TERRAM qui vulnerabas gentes.

No latim era um nome para Vênus, especialmente para a “estrela da manhã”. A palavra latina Lúcifer é composta por duas palavras: lux, ou sob a forma genitiva utilizada Lucis, (que significa "luz") e ferre , o que significa "suportar" ou "levar". Assim, a palavra Lúcifer significa portador da luz. A mesma palavra é usada em outros lugares da Vulgata Latina para traduzir termos em hebraico que significa "brilhante", especialmente associado com o céu.
Exemplos:
“E a tua vida mais clara se levantará do que o meio-dia; ainda que haja trevas, será como a manhã. Jó 11:17
O termo aqui usado no hebraico para manhã é בֹּקֶר(boqer) foi vertido para o latim como lúcifer.

“O teu povo se apresentará voluntariamente no dia do teu poder, com santos ornamentos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade.”
Outro termo hebraico שְׁחָר (shachar) está no Salmo 110:3 em que a VUL traduziu por luciferum.
O termo também ocorre no (plural luciferum) em Jó 38:32 para se referir a uma constelação astral.O termo hebraico מַזָּרוֹת (mazzarwoth) é vertido para o latim luciferum.
Ou produzir as constelações a seu tempo e guiar a Ursa com seus filhos? (ARC)
Ou fazer aparecer os signos do Zodíaco ou guiar a Ursa com seus filhos? (ARA)
Outras formas da palavra são usadas de forma semelhante, para se referir à luz ou as estrelas. Isso reflete o grego, tradução Septuaginta a utilização de ἑωσφόρος (heosphoros) , "estrela da manhã" para traduzir o hebraico de Isaías 14:12.
Há algum debate sobre a origem exata da palavra original em hebraico de Isaías 14:12 הֵילֵל (heylel ). A possibilidade mais forte é que ele vem de uma raiz verbal הלל (halal) que significa "brilham" Jó 29:3, bem como "de louvar" (onde nós começamos a frase ( halelu-yah). Em qualquer caso, a forma nominal é o termo hebraico para a estrela da manhã, na maioria dos casos, o planeta Vênus. Tanto a tradução grega do século II aC, na Septuaginta (ἑωσφόρος ὁ πρωὶ ἀνατέλλων), e no quarto século dC tradução latina da Vulgata Latina (lucifer qui mane oriebaris ) dão entender que este é o significado da palavra hebraica heylel .
Lúcifer (do latim lux, lucis, "luz" e ferre, "portar, levar", ou seja, "Portador de Luz) é um nome que, devido a uma interpretação errônea do Livro de Isaías, foi freqüentemente dado a Satã, líder dos demônios ou anjos caídos na tradição judaica-cristã, ou mais especificamente tido como seu nome antes da Queda.
Em latim, o nome Lucifer, "Portador de Luz" era dado à Estrela d'Alva ou Estrela da Manhã, o planeta Vênus em suas aparições matinais. Na Vulgata, versão canônica da Bíblia para o latim ao longo da maior parte da existência da Igreja , essa palavra é usada algumas vezes como já expostos.
Em uma delas, na segunda epístola de Pedro, 1:19, traduz o grego Φωσφόρος, Phosphoros, que tem exatamente o mesmo sentido literal de "portador de luz" do latim:
Assim demos ainda maior crédito à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender, como a uma lâmpada que brilha em um lugar tenebroso até que desponte o dia e a estrela da manhã (Phosphoros, Lucifer) se levante em vossos corações.
A outra vez está em Isaías, capítulo 14, como tradução do hebraico הֵילֵל (heylel ) que também significa "Estrela d'Alva", ou mais precisamente הילל בן־שׁחר, heylel ben Shahár, "Estrela d'Alva, filho da Manhã", vertido na Vulgata como Lucifer qui mane oriebaris (literalmente, "Estrela d'Alva que nascia da Manhã"). Nessa passagem, como o próprio profeta deixa claro, o nome é dado ao rei da Babilônia, cuja tirania haveria de cair:
Esta é a posição que prevaleceu durante a maior parte da história da igreja até a época da Reforma e do Iluminismo, quando começamos a fazer umas perguntas mais diretas do texto bíblico. Também ganharam mais informações em novas descobertas arqueológicas de antigas civilizações, dando-nos uma grande quantidade de informações sobre Mesopotâmia antiga e da religião babilônica.
A religião babilônica era uma religião astral, intimamente relacionada com as práticas Cananéia, embora mais focada no sol, na lua e nas estrelas e seu movimento que nos ciclos da natureza. Os babilônios eram “adorados como deuses” as manifestações dos corpos celestes. Trata-se da Babilônia que nós temos os signos do zodíaco representando constelações. Sabemos agora que os dois termos utilizados no texto hebraico de Isaías, הֵילֵל (heylel ) , estrela da manhã, e בֶּן־שָׁחַר ben Shahár estrela d'alva , foram astral divindades da Babilônia (que se reflete na maioria das traduções modernas).
Agora, se olharmos para o texto de Isaías 14 em seu contexto, e sem os pressupostos, o significado da passagem se torna mais evidente e segue um caminho radicalmente diferente.

O livro de Isaías passou os primeiros capítulos denunciando os pecados de Israel e sua incapacidade de ser povo de Deus. Houve também a expectativa de que Deus irá trabalhar em novos caminhos na vida da nação, para ajudar a recuperar a sua missão como povo de Deus. Uma dessas formas seria através de um novo rei para substituir o Acaz corrupto.
Isaías 13 começa um longo trecho do livro conhecido como "oráculos contra as nações estrangeira." Este é um formato padronizado nos profetas para universalizar responsabilidade para com Deus. Não só Israel, mas todas as nações eram responsáveis perante Deus e cairiam sob o mesmo julgamento Israel. Como é típico em outros livros proféticos (Amós, Jeremias, Ezequiel), nem todos estes oráculos provenientes do mesmo período de tempo como Isaías de Jerusalém, mas eles seguem um padrão semelhante e têm a mesma função no livro.
Isaías 13 faz parte do oráculo contra Babilônia, provavelmente de um tempo após o Exílio. Em linguagem muito floreada, poético, e muito figurativo, a Babilônia é denunciado por sua arrogância e falta de preocupação com as outras nações como ela construiu o seu império.
Aqui, o rei da Babilônia é comparado com a estrela da manhã, filho da alva, astro que os cananeus consideravam como um deus que desejava colocar-se acima dos demais deuses (v. 13). Esse deus, segundo criam os cananeus, habitava num monte localizado em um distante ponto do Norte. Com essa figura, o autor ridiculariza o orgulho e a arrogância do rei da Babilônia, insinuando que também ele deverá cair como aquele deus pagão. Cf. a passagem sobre a queda do rei de Tiro em Ez 28.11-19.
É interessante que, em 13:10, é feita menção específica da falha dos deuses da Babilônia (constelações, lua, sol) para ajudá-los quando Deus chama, em seguida, à prestação de contas.
Capítulo 14, em seguida, começa com a promessa de retorno de Israel do exílio babilônico, um tema que domina a parte central de Isaías (40-55). Parte desse retorno implicaria a queda do tirano rei da Babilônia. Nesse contexto, os versículos 12-21 são uma imagem poética de que a queda. הֵילֵל (heylel ), estrela da manhã , e בֶּן־שָׁחַר ben Shahár , (amanhecer), então, são referências aos deuses da Babilônia, que não conseguiu salvar o rei, e estão-se a ser deitado abaixo.
De fato, há provavelmente uma referência aqui para o hábito dos antigos reis do Oriente Próximo proclamando-se encarnações dos deuses, com a queda dos reis, os deuses também caíram, muitas vezes fisicamente, como as imagens que representavam eram derrubadas e destruídas.
Assim, a passagem de Isaías não liga, quer historicamente ou teologicamente, com as passagens do Novo Testamento sobre o diabo ou a Satanás. Ao ouvir a passagem do Antigo Testamento em seus próprios termos do seu próprio contexto, descobrimos que Lúcifer não é um nome do Velho Testamento para o diabo ou a Satanás. A passagem em Isaías 14:12-17 é dirigida contra a queda dos governantes babilônicos arrogante que levou Israel para o exílio.
Isaías designa הֵילֵל (heylel ), estrela da manhã , e בֶּן־שָׁחַר ben Shahár como filho de Shahár. Este, segundo um poema ugarítico, era o deus da aurora, enquanto seu irmão gêmeo, Shalim, representava o crepúsculo e ele é o irmão gêmeo e inimigo de Shahar o deus do amanhecer. Ambos eram filhos de El (também chamado Latipan e Dagon) e de Athirat (Astarte), sua parceira divina, ou sua parceira mortal, de nome não conhecido.
O pano de fundo da sua metáfora parece ser a imagem da Estrela d'Alva que surge como a mais brilhante do céu, ofuscando Júpiter e Saturno, mas em seguida é ofuscada, "expulsa" pela luz do Sol. É uma hipótese plausível, ainda que não atestada, que Isaías estivesse citando algum mito cananeu que refletisse essa idéia, narrando que הֵילֵל (heylel ), estrela da manhã , e בֶּן־שָׁחַר ben Shahár , teria desafiado os demais deuses tomando a montanha no Norte onde se reuniam, mas foi arremessado ao abismo.
E bom observar que os vers.15 (שְׁאוֹל , sh ̂eol ), traduzido aqui por inferno (latina: infernum), que significa "as profundezas" ou o "mundo inferior (dos mortos), sepultura, inferno, cova, lugar do qual não há retorno, sem louvor de Deus, e (בוֹר bowr), traduzido aqui por abismo significando cova, poço, cisterna; vers. 19,20 (‍קִּבְרְךָ qeber), traduzido aqui por túmulo, sepultura, tumba. Todas essa palavras estão relacionadas ao mundo fisico, a uma pessoa fisica, um termino permanente.
De qualquer forma, quando os judeus da diáspora fizeram a tradução pioneira do hebraico para o grego, encomendada por Ptolomeu II (287 a.C.-247 a.C.) para a Biblioteca de Alexandria e conhecida como Septuaginta, heylel ben Shahár foi traduzido como Φωσφόρος, Phosphoros ou ἑωσφόρος heosphoros, nome da divindade grega que personificava a Estrela d'Alva, chamado Lúcifer pelos romanos e que era filho de Eos. Eos (em grego, Ἠώς – Êôs, 'aurora') era a deusa grega que personificava o amanhecer a deusa da manhã, Os romanos o chamava de Aurora. Aurora era a deusa do amanhecer, equivalente à grega Eos. Aurora é a palavra latina para amanhecer; renovava-se todas as manhãs ao amanhecer e voava pelos céus anunciando a chegada da manhã.
A identificação com Satã aparece pela primeira vez na Vida de Adão e Eva e no primeiro Livro de Enoc, escritos no século I a.C. Neste, Satã ou Sataniel é descrito como tendo sido um dos arcanjos ; a tradição judaica elaborou a queda dos anjos sob a liderança de Samhazai ou Semyaz. Porque ele planejou "erigir seu trono acima das nuvens mais altas e se assemelhar a 'Meu poder' no alto", Satanás-Sataniel foi lançado abaixo, com suas hostes de anjos, e desde então ele tem voado no ar sobre o abismo.
Os autores cristãos Tertuliano (Contra Marrionem, v. 11, 17), Orígines (Ezekiel Opera, iii. 356) e outros, também identificaram Lúcifer com Satanas, que no Evangelho de Lucas (10:18) e no Apocalipse (12:7-10) também foi descrito como tendo sido "arrojado dos céus". O próprio Jerônimo, tradutor da Vulgata, pensava que essa passagem aludia a Satanas. Esta interpretação é geralmente atribuída a ele, que ao traduzir a Vulgata atribuiu Lúcifer ao anjo caído, a serpente tentadora das religiões antigas, embora antes dele esta interpretação não existisse
Várias traduções tradicionais e influentes da Bíblia, inclusive a inglesa do Rei James como já foi exposto, mantiveram o nome de "Lúcifer" em Isaías, em vez de vertê-lo da forma adequada em vernáculo, reforçando a identificação errônea. Assim, Satanas veio a ser conhecido como Lúcifer também em obras literárias como A Divina Comédia de Dante Aleghieri e O Paraíso Perdido de John Milton.
Por isso, também foi o nome dado ao anjo caído, da ordem dos Querubins (Ez 28.14). Assim, muitos nos dias de hoje, numa nova interpretação da palavra, o chamam de Diabo (caluniador, acusador), ou Satanas (cuja origem é o hebraico( שָּׂטָן ) Shatan, Adversário
Na tradução de do Padre Antonio Pereira de Figueiredo verte Isaías 14:12: "Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante

Fontes de pesquisas:
99 perguntas sobre Anjos, Demônios e batalha Espiritual – B.J. Oropeza – pg.63 Ed.MC
Apócrifos e pseudo-epígrafos da Bíblia – pg. 261ss; Ed. Fonte editorial
Dicionário Grego-Português e Português-Grego 7º edição – Isidro Pereira, S.J. - Livraria Apostolado da Imprensa
Dicionário Latino-Português de 1950 – José Cretella Júnior e Geraldo de Ulhôa Cintra – Companhia Editora Nacional
http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/L%C3%BAcifer
http://www.crivoice.org/lucifer.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lúcifer
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aurora_(mitologia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eos
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Eliel Sobrinho- conferencista