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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Decisões Decidem Destino





A cura de um leproso
(Mt 8.1-4; Lc 5.12-14)
Mc 1:40-45
40 E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me.
41 E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo!
42 E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
43 E, advertindo-o severamente, logo o despediu.
44 E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, t para lhes servir de testemunho.
45 Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.
A lepra é uma infecção crônica causada por uma bactéria ou por um bacilo chamado em latim de “mycobacterium leprae”, que atinge principalmente os nervos periféricos (aqueles nervos localizados fora do alcance cérebro e da medula), afeta as areas mais superficiais como: o nariz, testiculos, olhos,afetando a pele provocando danos severos.
Acredita-se que mais de 5 milhões de pessoas em todo mundo estão infectadas pelo bacilo ou por essa bactéria.
Essa infecção pode começar em qualquer idade, sendo o homem mais propenso, geralmente é dectada apartir dos 20 a 30 anos de idade.
Quando diagnosticada a Hanseníase, ela é chamada de Indeterminada, é a manisfestação inicial da lepra, quando em transição para a Hanseníase Tuberculóide, pode também sofrer uma outra variação chamada de Hanseníase Virchowiana, essa causa lesões mais profundas e serias. E entre a H.I e H.V está a Hanseníase Dimorfa aonde apresenta varias degraus de imunidade celular e modificações morfologicas.
A lepra chamada atualmente como doença de hansen ou mal de hansen ou hanseníase. Esse nome é devido o seu descobridor Genhard Hansen, médico noroeguês que em 1873 identificou esse bacilo mycobarium leprae, o agente causador da lepra.
Esse tipo de vírus geralmente é mais freguente nos continentes Aisiatico, Africano, América Latina e nas ilhas do Pacifico.
Esta microbactéria paralisa os “macrofagos” que formam a “mielina” dos nervos periféricos. A destruição “mielina” leva a disfunção dos nervos periféricos, isto faz com que a pessoa perca o tato, a sensibilidade. O macrofago em citologia ou biologia celular nome que estuda as células.Macrofago são células de grandes dimenões, ricos em “lisossomos”, células que protege elementos estranhos no corpo.
Essa infecção pode ser transmitida de três formas:
Além do homem, epidemiologicamente outros animais de que se tem notícia de serem susceptíveis à lepra são algumas espécies de macacos, coelhos, ratos e o tatu., que tem contato direto com a terra. Outra forma é através dos mosquitos ou percevejos. A palavra hebraica צָרָעַת tsara ̀ath vem de uma vairação hebraica צרעה tsir ̀ah que significa “vespa”. O LXX traduziu por λεπρα lepra que vem de λεπις lepis “escamas” e de uma variação Lepidópteros (lepis, idos), escama e (pteron), asa. Significa insetos com asas coberta de escamas. E a outra forma por vias respiratória como goticulas salivares,tosse, expirro, etc.
Biblicamente falando o termo “lepra” etmologicamante, vem da palavra hebraica צרעת tsara ̀ath que vem de uma raiz primitiva צרע tsara ̀ que pode significar: uma manifestação de uma enfermidade; portador de uma doença de pele; vergonha ou desonra; açoite; também lepra. Esse termo é genérico significando varias doenças. O tsara ̀ath não designa especificamente lepra.
No A.T o Sacerdote “médico-demartologista” responsável por essa função de cuidar dessas pessoas. O sacerdote devia diagnosticar para que a pústula, queimadura, úlceras, não transformasse em lepra. Por “isso que tinha que examinar pra ver se não era uma “tinha”, “impinge”, “micose”, “psoríase”, “sarna escabiose”, “lúpus”, etc.
O secerdote tinha que ver se ...houver inchação, pústula ou empola que tiver na pele de sua carne como praga de lepra, então; o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pêlo na praga se tornou branco, e a permanecer mais profunda do que a pele da sua carne, praga da lepra é: ARC Lv.13.2,3.Obs. Inchação שְׂאֵת s ̂e’eth (inchaço, ato de levantar); pústulaסַפַּחַת cappachath (erupção, sarna, lesão); empola ou lustrosa בַהֶרֶת bohereth (mancha branca na pele). A lepra poderia surgir a partir ai.
O sacerdote encerraria o que tem a praga por sete dias. (Lv.13:5-8) Supervisionava o tratamento da pessoa afligida de modo que ambos cuidavam do doente e também protegiam a comunidade.Caso ...a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará limpo: apostema é; e lavará as suas vestes e será limpo.(vr.6b)
Caso não houvesse uma manifestação durante esses sete dias, ficaria mais uns sete dias, num total de quatorze dias até que fosse diagnosticado o vírus a enfermidade. E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez,... e eis que, se o apostema na pele se tem estendido, o sacerdote o declarará imundo: lepra é. (vr.8b)

Em três áreas comprometiam o leproso:
No aspecto físico: a pústula esbranquiçada corroia a carne, um membro após o outro era atingido e por fim os ossos eram carcomidos. Febre alta com insônia e pesadelos o atormentava terrivelmente. Levava a falta de esperança, e o doente era igual a um cadáver vivo. Os mestres da lei judaicos contavam os leprosos entre os mortos – quatro eram: pobre, cego, sem filho e leproso.
No aspecto social: O enfermo era isolado da sociedade, excluído. A lei é categórica neste sentido. A lei “ordenava aos filhos de Israel que lancem fora do arraial a todo o leproso...” Nm. 5:2. Colocavam comida em lugares estratégicos. Neste caso as esposas podiam divorciar, segundo a tradição. Todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo; imundo está, habitará só; a as habitação será fora do arraial. (Lv.13:46) Eram tidos como castigo direto de Deus. Deveriam rasgas suas roupas ao se aproximar das pessoas e anunciar sua situação ou seu estado.
No aspecto religioso: Era impuro perante a lei, em tudo que tocasse era tido como impuro. A sua presença era o suficiente para contaminar tudo. Deviam rasgar as vestes e anunciar bem alto “imundo”, ou seja, estou pesteado de lepra, é contagioso, sou eu excluído, fiquem longe.
É bom lembrar que o sacerdote - Lv.14, fazia exames periódicos, não na condições de medico, mas de interprete da lei. É fato que o sacerdote não prescrevia nenhum medicamento – a cura pertencia à esfera do homem de Deus e não à do sacerdote.
No dia em que o leproso se aproximasse do sacerdote e dissesse: “Eu era leproso, mas fiquei curado”. O sacerdote deveria após examinar, apresentar uma oferta inicial de duas aves. Durante sete dias seguintes devia investigar intensamente a situação para determinar três coisas:
1ª Se a pessoa fosse (ou teria) sido realmente leproso.
2ª Se a pessoa de fato teria sido leprosa, e fora realmente curada.
3ª Se a pessoa de fato fora curada da lepra, ela deveria seguir as seguintes instruções.
Deveria oferecer uma oferta pela transgressão
Uma oferta pelo pecado
Uma oferta de holocausto
Uma oferta de manjares
Uma aplicação do sangue da oferta pela transgressão
A unção de azeite sobre o leproso curado
Assim ele era introduzido definitivamente na sociedade-religiosa outra vez
Apesar de o sacerdócio ter em mente todas as instruções detalhadas, como proceder, caso um leproso fosse curado, nunca tiveram oportunidade de colocar em prática estas instruções, desde o tempo da lei de Moisés, não registro que um leproso fora curado da lepra. No caso de Jesus a ordem esta invertida, a cura instantânea e depois as prescrições.
Veja ... para que “lhes” sirva de testemunho.(Lc5.12)
O “lhes” refere-se especificamente a liderança de Israel.
Quando Jesus diz: vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela sua purificação, o que Moisés determinou... Três coisas fundamentais e importantes a observar:
1º Que este homem tinha sido realmente leproso
2º Que realmente este tinha sido leproso
3º Que realmente fora Jesus que o curara da lepra.

Jesus desce do monte e junto com ele uma multidão, o texto de Matheus usa ‘eis’ um leproso. “Eis” Gr. ἰδοὺ que significa de forma súbita, surpreendente, sem ser convidado, rápido. Enquanto Marcos usa um o artigo indefinido.
O comportamento do leproso que devia estar fora do convívio social. Quebrando todo o paradigma.
Vr.40 rogando - παρακαλεω parakaleo - dirigir-se a, falar a, esforçar-se por satisfazer de forma humilde e sem orgulho. Essa palavra é composta, da preposição παρα para - ao lado de, e καλεω kaleo - chamar em alta voz.
Vr.40 pondo de joelhos. Expressa súplica de ajuda, bem como reverência e honra. Matheus usa o verbo ‘adorar’ προσκυνεω proskuneo - significando beijar, como um cachorro que lambe a mão de seu mestre. A pessoa enferma era considerada ritualmente impura e, portanto, curá-la também significava limpá-la ou deixá-la ritualmente limpa. Qualquer que tocasse um leproso era considerado impuro.
Vr.40 se queres θελω thelo - desejar, ter vontade de, ter prazer em, ter satisfação, gostar de fazer algo
Vr. 40 limpar-me ou purificar - me καθαριζω katharizo - num sentido moral, livrar da contaminação do pecado e das culpas, purificar da iniqüidade. A pessoa com lepra era considerado religiosamente impuro; ao ser curado, ficava também limpa e capacitada para o culto a Deus. Ver Mt 8.2
O comportamento da multidão que tinha acabado de ouvir no sermão do monte sobre a verdadeira felicidade Μακάριοι, Mt. 5. Sobre as classes mais hipócritas como os fariseus, sobre aonde devemos firmar nossa casa, essa será o fechamento do sermão Mt.7:23,24

O ato de Jesus mediante a posição do leproso.
Vr. 41 Jesus movido de grande compaixão. Compaixão (do latim compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem. A compaixão freqüentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro.O termo grego aqui usado σπλαγχνιζομαι splagchnizomai ser movido pelas entranhas; daí, ser movido pela compaixão; ter compaixão (pois se achava que as entranhas eram a sede do amor e da piedade)
Vr. 41 Tocou-o. A lei era terminantemente clara, o leproso não podia ser tocado e nem tocar em alguém. A pessoa enferma era considerada ritualmente impura e, portanto, curá-la também significava limpá-la ou deixá-la ritualmente limpa. Qualquer que tocasse um leproso era considerado impuro (cf. Lv 5.3); mesmo assim, Jesus estendeu a mão e o tocou para curá-lo.O termo grego aqui usado é ἥψατο que significa “tocar”, “segurar” e “abraçar”.

Vr. 41 Quero sê limpo! Θέλω, καθαρίσθητι Thelo; ter vontade, Desejar.
θελω, “a vontade que procede de inclinação.” Grimm,diz que dá proeminência ao elemento emotivo,significa a escolha. Denota a resolução ativa, a vontade que encoraja a ação.
O resultado “Decisões Decidem Destinos”
Vr.42 logo a lepra desapareceu.

Bibliografia
Evangelho de Mateus – Fritz Rienecker pag. 125 – 129
A Tora – Vaycrá – Marcelo Miranda Guimarães pag. 105
DemartoPatologia – Izamar Milidiú da Silva pag.89-98
A Lei da Lepra –G.C. Willis
Uma Visão Biologica de Levítico – Dr. Gerson Marques
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lepra
http://www.manualmerck.net/?id=208
http://www.acervodigital.ufrrj.br/insetos/insetos_do_brasil/conteudo/tomo_05/01_lepidoptera.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Compaix%C3%A3o
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