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sábado, 27 de novembro de 2010

QUANDO UM ESPINHO AGRADA À DEUS parte 2


“Quatro Razões Que Deus pôs um Espinho na Carne de Paulo
Há quatro razões existentes e significativa têm como objetivo e propósitos na vida de cada crente sincero, ainda que cause aflições (θλιψις thlipsis) no grego clássico significa pressão, opressão derivado de (θλιβω thlibo) que tem sentido geral de afligir, pressionar, esmagar, apertar, metáf. aborrecer, afligir, angustiar
1ª) Razão: “orgulho”
O vr. 7 diz: “..para que me não exaltasse pelas excelências das revelações...”. O texto grego diz καὶ τῇ ὑπερβολῇ τῶν ἀποκαλύψεων ou seja, extraordinária grandeza, excesso, superabundância.
υπεραιρομαι huperairomai esta na voz média: levantar ou construir sobre algo, levantar-se, ser exaltado, ser arrogante,conduzir-se arrogantemente, comportar-se insolentemente perante
υπερ huper , preposição primária; em benefício de, para a segurança de,acima, além, mais que, mais, além, acima.
αιρω airo
uma raíz primária; TDNT - 1:185,28; levantar, elevar, erguer , levantar do chão, pegar: pedras ,erguer, elevar, levantar: a mão , içar: um peixe,tomar sobre si e carregar o que foi levantado, levar, levar embora o que foi levantado, levar ,mover de seu lugar , cortar ou afastar o que está ligado a algo ,remover ,levar, entusiasmar-se, ficar exaltado , apropriar-se do que é tomado ,afastar de alguém o que é dele ou que está confiado a ele, levar pela força ,levar e utilizar para alguma finalidade , tirar de entre os vivos, seja pela morte natural ou pela violência.
A soberba é um princípio Satânico. O pecado não começou com um ato exterior, mas com uma decisão interior no coração. Cinco vezes Satanás disse em seu coração: “Eu subirei..., [eu] exaltarei..., me assentarei..., [eu] subirei..., [eu] serei...” Is14. 13. Essas afirmações mostram a essência do pecado; a reivindicação do direito da criatura na autodeterminação, independência de Deus, ou autonomia pessoal.
O primeiro dos pecados mortais é o orgulho. Lemos em Provérbios, “A soberba precede a destruição, e à altivez do espírito precede queda” (Prov. 16.18). Todo pecado é egoísmo, o orgulho é a exaltação do ego, o qual se delicia com o pensamento de ser superior a todos os semelhantes. O mesmo livro de Provérbios “Todo homem arrogante é abominação ao Senhor.” (Prov. 16.5). E ainda no mesmo livro de Provérbios 29.23, lemos “A soberba do homem se abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.”.
O orgulho que Deus abomina não é o respeito ou o legitimo sentimento de dignidade pessoal. É o amor próprio, soberbo e indesejável, desproporcional, além do valor real que o individuo tem. Deus disse, em Salmos 101.5: “Aquele que tem olhar altivo e coração, não o tolerarei.” Deus não suporta, não admite a soberba. Ele a odeia!
O orgulho pode tomar várias formas, emanando, porém, todas elas da soberba do coração humano. Alguns são altivos no olhar, no trajar; outros, em sua vida social; ainda outros se orgulham de sua raça e outros mais nos seus negócios. Noutras palavras, o orgulho pode ser espiritual, intelectual, material e social. O mais repugnante desses quatro é o espiritual. Foi esse que levou Lúcifer, o Diabo, a queda.
A soberba espiritual leva a pessoa a confiar mais em seus méritos e virtudes próprias do que na graça de Deus. O soberbo é presunçoso, satisfeito consigo mesmo e cheio de vaidade. Deus abomina o orgulho espiritual pelo fato de o orgulho pensar ser bom e justo aos seus próprios olhos. É como a parábola do fariseu e do publicano em que o fariseu presunçoso disse: Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os demais homens. Lc. 18.11
São pessoas cheias de si, orgulhosas e farisaicas, gloriam em sua justiça própria, e acham que são melhores que seus semelhantes. Tiago 4.6: “Deus resiste aos soberbos; dá, porém, graças aos humildes.”.
Deve ficar grafado em nossos corações e mentes o quanto Deus aborrece o orgulho. O orgulho em nossos corações faz Deus rejeitar nossas orações e reter sua presença em graça para conosco. O exaltado em si mesmo, busca a honra e estima dos outros a fim de satisfazer o seu orgulho. “Provérbio 27.2 nos adverte: Louve-te o estranho, e não a tua boca, o estrangeiro, e não os teus lábios.” Parafraseando este versículo: “Não faça elogios a si mesmo; deixe isso por conta de outras pessoas”.
A soberba significa mostrar-se a si mesmo acima dos outros, sempre é usado no Novo Testamento no mau sentido de “arrogante, desdenhoso, orgulhoso, altivo, soberbo”. Rm. 1.30, Tg.4.6, IPe.5.5
Como vimos no inicio, as variam traduções para espinho, espinheiro, usadas tanto no sentido literal como figuras de linguagem. Mas duas coisas nos chamam a atenção Nm33. 55 e Js23.13. Nestes dois casos a palavra hebraica Tseninim usada no plural eram personalidades.
Isto nos faz entender que o espinho que Paulo se refere era um “mensageiro” de Satanás; ou conforme outras traduções, “anjo” de Satanás, que se refere também a uma personalidade. A função desse mensageiro ou anjo (αγγελος aggelos) um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus, para que Paulo não se exaltasse pelas suas excelências das revelações.
O espinho na carne de Paulo foi para preveni-lo do pecado de orgulho. Veja a oração do salmista: “Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim; então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão.” Sl. 19.13
2ª ) Razão: “humildade”
O vr. 8 9 “... Cerca do quais três vezes orei ao Senhor para que desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade pois me gloriarei nas minhas fraquezas para que em mim habite o poder de Cristo.
Em 2ªCo. 12; como em outras ocasiões, Paulo teve que se defender contra certas acusações falsas. Isso surgiu pelo fato de ter recebido uma revelação da verdade divina maior do que qualquer outra tinha recebido até então. Deus revelou coisas a respeito de si mesmo, algumas quais ele foi proibido de revelar, as outras ele deveria comunicar através das epistolas.
Paulo passa então, justificar sua asserção: “foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não são licito ao homem referir” 2ªCo. 12.4.
A palavra grega para inefável, nesta passagem é αρρητος arrhetos - inexprimível, o que não pode ser expressado (por causa de sua santidade) aparece só uma vez em todo Novo Testamento – significa sagrado de mais para ser falado. Era de uso comum nas religiões. Que tais palavras não era licita para falar para homens de sua geração é ir alem do que está escrito.
O espinho de Paulo foi à maneira que Deus usou para mostrar sua suficiência. O mundo esta infectado de caráter autopromocional, grandes nomes que recebe preeminência nos meios de comunicação e o perigo é o que o povo de Deus poderá presumir que as maiores bênçãos advenha dos maiores nomes e revelações.
A humildade é uma virtude que deve ser cultivada. Esta palavra no Novo Testamento ταπεινος tapeinos significa primeiramente “abaixado”; “trazido para baixo”; “trazer para terra”,humilde, humildemente, que do latim “húmus” – terra, conscientizar das nossas fraquezas e das nossas dependências, nos fazer saber que somos pó, terra, em outras palavras, não somos nada. O texto diz: “Deus resiste aos soberbos, dá, porem, graça aos humildes”.
Jesus no sermão do monte contradisse todos os juizes e todas as expectativas nacionalistas a cerca do reino de Deus, Mt5. 3; “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” Jesus mostra a verdadeira felicidade é concedida ao pobre, não ao rico, ao frágil, não aos poderosos, aos humildes e não aos soberbos. Jesus palmilhou o caminho da humildade. O fundamento desta promessa, acham-se no modo de vida do próprio Jesus, conforme Ele o interpretou em Mt. 11.28,29. Ele é “manso” e “humilde de coração” (ὅτι πραΰς εἰμι καὶταπειν ὸς τῇ καρδίᾳ). Os dois pensamentos ficam em paralelo e demonstram que Jesus era submisso diante de Deus, dependia completamente Dele, e se dedicava a Ele, enquanto ao mesmo tempo, era humilde diante dos homens. Paulo na descrição da Obra de Cristo, disse: “que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”. Mas aniquilou-se a si mesmo, tornando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz.
3ª) Razão: “dependência”
Aquela situação que não sabemos o que era, produzia em Paulo uma dependência de Deus, constante e consciente.
Paulo sabia que não podia realizar coisa alguma sozinho, tinha mesmo que depender de Deus. Descobriu que seu sofrimento o resguardou do orgulho, deixo-o mais humilde e mostrou-se que Deus era suficiente, fazendo-o dependente Dele.
O texto é bem claro o anjo, veio: “para me esbofetear” Vr. 7. A palavra esbofetear no gr. κολαφιζω kolaphizo, significa dar bofetada após bofetada, dou punhadas, esbofeteio, bater ou dar em alguém soco com o punho fechado, maltratar, tratar com violência e ofensa. De um derivado da raiz grega κολαζω kolazo:controlar, reprimir, restringir, punir, castigar, corrigir,fazer ser punido. Paulo refere-se, figuradamente, a alguma experiência muito dolorosa, que não especifica. Pensa-se em alguma enfermidade (cf. Gl 4.13-14), porém pode ter-se tratado de outro tipo de sofrimento.
É usado em Mc14. 65 quando alguns começaram a cuspir em Jesus, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar punhadas (κολαφιζω kolaphizo – esmurrar), e a dizer-lhe: Profetiza. E os servidores davam-lhe “bofetadas”. Aqui onde foi grifado, é outra palavra usada tendo o mesmo sentido; ραπισμα rhapisma; significando pancada com vara ou cajado, soco com a mão, bofetada ou tapa.
Este meio e forma desumana, a nosso ver, trouxe para o apostolo como já foi exposto, mais humildade, menos orgulho e viver totalmente na dependência de Deus. Alguma situação Deus permitiu que algumas pessoas assim o passassem por sua vontade preceptivo, aquela que ele lança preceitos e cabe o homem executar ou não. Ele estabelece os preceitos e espera de nós uma atitude coerente.
A Israel, Deus “tentou” no deserto, Dt8.2; à Abraão da mesma forma, o provou, נסה nacah (nassaion) pôs à prova, testar, tentar. O sentido predominante, provar uma pessoa. Tem o mesmo sentido no Novo Testamento πειρασμος (peirasmos),intentar, esforçar-se, examinar, experimentar, testar. Esta palavra é proveniente da raiz per*, que significa “passar através”; “avançar”; “atravessar”; “dirigir através de”. É de peirazo que provém o termo latino “peritus”, que no português temos a palavra “perito”, aquele que tem perícia, habilidade, destreza, sabe por experiência.
Com o objetivo de fortalecer a nossa fé, Deus nos submete á teste, a fim de que por meio dos desafios de nossa fé, possamos ir percebendo a nossa dependência e confiando mais e mais no seu poder.
4ª) Razão: “graça”
Termo esse que aparece 155 vezes, principalmente, nas epistola de Paulo 100 vezes.
O termo grego para graça em o Novo Testamento é χαρις (charis) usado para graciosidade, amabilidade, favor. Graça é o favor que se dispensa ou se recebe; favor que não merecemos, mas Deus livremente nos concede bênçãos imerecidas, especialmente com referencia ao favor divino.
Existem algumas significações da graça:
Graça – como prova do propósito divino de redenção e revelação: “Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor”Gn6. 8. Aqui no hebraico graça, חסד checed
 demonstrar favor, afeição, comiseração.
 Graça–como satisfação: “justificado pela graça, gratuitamente,”Tt3. 7;Rm3.24
 Graça – como palavra do evangelho: “o evangelho da graça de Deus”, At14. 3;Tt2.11
 Graça – como doutrina do evangelho: “é bom que o coração se fortifique com a graça,” Hb13. 9;IIPe3.18
 Graça – como salvação e gloria eterna: “da graça que nos foi dada”, IIPe1.10,13;Ap.21.16,22.17
 Graça – como força e santidade: “a min há graça te basta” e “pela graça de Deus sou o que sou e sua graça para comigo não foi em vão, mas a graça a Deus temos vivido.”.
Embora o espinho tenha causado grande consternação em Paulo, e, em ultima instancia, serviu para um bom propósito, revelar a graça de Deus. Entretanto, a graça de Deus também se manifesta no sofrimento de seus filhos.
A graça, por sua vez, é quando Deus dá ao ser humano o que ele não merece. Ninguém merece perdão, salvação, vida eterna, comunhão com Deus e paz. O Senhor, porém, em sua graça pode lhe dar tudo isso, pois é favor imerecido.
Philip Yancey diz no seu livro Maravilhosa graça, que, “graça significa que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar mais, nenhuma quantidade de renuncia, nenhuma quantidade de conhecimento recebido em seminários e faculdades de teologia, nenhuma revelação ou quaisquer outras coisas, Deus já nos ama tanto quanto é possível um Deus infinito nos amar.”.
Aos Romanos 6.23, Paulo diz que: “o salário do pecado é a morte.” A palavra usada para “salário”, οψωνιον (opsonion) significando literalmente “dinheiro para comprar carne cozida” e é palavra usada para o “pagamento do soldado.” Isto quer dizer que recebemos o pagamento por aquilo que fizemos, teríamos recebido a morte.
Mas “o dom gratuito de Deus é a vida eterna”. O “dom” ou χαρισμα charisma é uma palavra militar. Quando um imperador subia ao trono, dava as tropas um “donatinum” ou charisma, que era uma livre oferta em dinheiro, um presente. Não obtiveram em troca de serviços, conforme era o caso da sua opsonia; receberam-no imerecidamente pela generosidade do imperador.
Assim, tudo quanto merecemos nossa opsonia, seria a morte. Tudo quanto possuímos é o charisma, o dom gratuito de Deus.
Há três aspectos nesta afirmação:
 Provações gerais, que acontecem apenas porque vivemos num mundo pecaminoso. Rm8. 35-39 “Quem nos separará do amor de Cristo”? A tribulação, ou a angustia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor a ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestade, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!
Há uma verdade irrevogável e imutável que Jesus falou acerca do nosso sofrimento neste mundo, que muitos teólogos da confissão positiva, ou seja, a teologia da prosperidade quer ignorar, querendo satisfazer o ego de muita gente afirmando: que estaríamos isentos de problemas. João 16.33 “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflição, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” Mateus 5.11,12 “bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa”. “Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” A nossa recompensa não está naquilo que temos ou vamos adquirir aqui, a nossa recompensa está naquilo que somos crentes fiéis e sinceros:
 Aflições que Deus permite que aconteça em nossas vidas. IICo12. 7; Jó1. Ambos os casos foram permissão de Deus, as quais Deus tinha objetivos segundo a Sua vontade. Boulomai (βουλομαι) é a vontade peremptória adj (lat peremptoriu) Que perime,decisivo, terminante, ou seja, à vontade decretiva. O direito que Deus reserva a si mesmo decidir como quer, não obstante às muitas insistências. Não há nada que possa mudar uma decisão decretiva de Deus.
O apostolo Paulo declarou ter um “espinho na carne, o qual ele mesmo o chama de um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de me não exaltar”. Por causa daquele problema, Paulo disse que orou três vezes, sem nunca obter de Deus a resposta desejada. Deus não estava interessado em tirar-lhe o “tal” espinho na carne, porque tinha um bom propósito para com ele: não permitir que se exaltasse. Deus não queria perder aquele homem. Enquanto ele permanecesse humilde, seria útil para o Senhor.


 Aflições de forma disciplinar que vem diretamente de Deus. Hb. 12.5,6; “E já vos esqueceste da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não despreze a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.” O cristão deve entender que os sofrimentos que estão suportando como resultado de sua vida cristã signifique que Deus não esteja preocupado com seu bem-estar. Correção descreve a disciplina corretiva usada em treinar um filho. Tal tratamento não é administrado de maneira severa, mas com amor. Em vez de desanimar, devemos encarar as lutas e perseguições como prova (peirasmon), Tiago 1.12 nos fala: Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, o qual o senhor tem prometido aos que o amam. Devemos encarar estas situações, levando-nos à maturidade espiritual.

Conclusão
Creio que cada cristão sincero tem um espinho. É certo que causa em cada situação, uma situação desagradável, impedindo certa realização e até mesmo impossibilitando nosso avanço em algumas áreas. Ficamos como o apostolo a orar, mas, a única diferença, é, se não prestamos atenção nas respostas de Deus ou não queremos ouvi-la “a minha graça de basta”. Logicamente esse espinho redundara em benefícios, mesmo sendo desagradável e inconveniente.
A intenção de Deus, creio, em relação ao seu povo é o mesmo do apostolo Paulo evitar gloriar-se a si mesmo ao invés de gloriar-se no Senhor, que concede tal privilégio.
As formas usadas por Deus, quem sabe causará reprovação, mas, entretanto, o Senhor que é conhecedor dos mais profundos sentimentos do homem fará que conheçamos a Sua vontade. Deus nos conhece perfeitamente, de modo muito além do conhecimento que temos de nós mesmos. Todas as nossas ações, todos os nossos empreendimentos, e nossas maneiras de lidarmos com tudo isso, até mesmo os nossos pensamentos antes de termos conscientemente na cabeça. O conhecimento do Todo Poderoso fica além da minha capacidade humana. Não há maneira de esconder do Senhor, não se trata de uma doutrina abstrata, mas da onipresença e onipotência divina. (Sl. 139.1ss.) Lidar com meios e formas de Deus agir em certas situações é complexo, mas o final das coisas é melhor do que o seu principio. (Ecl. 7.8).
Não importa a origem do espinho. Uma coisa é certa, ele tem um propósito definido no plano de Deus.


Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal – pg.1786
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, pg.1491.
Bíblia Anotada – pg.1469
Bíblia Teb – pg.2245
Bíblia de Estudo Plenitude, pg.1209, 1210,1294.
Billy Graham – Como livrar-se dos sete pecados mortais, pg.9-11.
Chave Lingüística do Novo Testamento grego, pg.316.
Curso de Apologética – fase 2 – pg.27,28
Decepcionado com a graça – Paulo Romeiro, pg.167.
Dicionário Hebraico – Português e Aramaico – Português, Sinodal/vozes.
Dicionário Vini – pg.414, 461,462 – CPAD.
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento- pg.907
Dicionário do grego do Novo Testamento Carlos Rusconi - Paulus
Dicionário do Novo Testamento grego – W.C.Taylor
Doutrina das ultimas coisas – Severino Pedro, pg.171,174.
Hermenêutica Bíblica – Antonieto G. Sobrinho – pg.28,89.
J.Dwight Pentecost – Problemas do Homem Resposta de Deus, pg.28-31.
John Stott – O Sermão do Monte, pg.28.
João Bernardes da Silva – Espinho na carne – RTM, Editora S/C.
Triunfando na Batalha – Thomas Ice e Robert Dean, Jr. Pg.46
Walter Brunelli – A Vontade de Deus e Você, pg.28.
Willian Barclay – Palavras do Novo Testamento, pg.41.

QUANDO UM ESPINHO AGRADA À DEUS parte 1


Concepções sobre o espinho de Paulo
No decorrer da história da igreja, desde os primeiros séculos, tem-se sugerido várias opiniões e interpretações acerca do “espinho na carne” do apostolo Paulo, desde a mais ilustre como as mais bizarras explicações.
Tertuliano de Cartago, província romana da África (155-222 D.C), o mais vigoroso e intransigente dos primeiros apologista cristão – atribuiu o “espinho” de Paulo a fortes dores de cabeça.
João Crisostomos que viveu no terceiro século da era cristã (347-407 D.C) em Antioquia da Síria e Jerônimo de Dalmácia (342-420 D.C) – acreditavam que o “espinho” que maltratava o apóstolo eram também dores de cabeça.
Martinho Lutero de Eisleben, Alemanha (1483) o reformador, pensava que o “espinho” na carne do apóstolo era por causa das constantes perseguições, especialmente dos judeus que Paulo tanto amava. “Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;” Rm 9:3.
Joseph B. Lightfoot (1828-1889) de Liverpool na Inglaterra, um dos revisores da Bíblia King James Version, uns dos melhores eruditos do século XIX, referia-se ao “espinho” do apostolo Paulo a uma oftalmia, que possivelmente, deveria ser conseqüência do próprio incidente do Caminho de Damasco. Lightfoot explica também a resposta indignada que Paulo deu a sumo sacerdote, “Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na boca. Então, Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada! Tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei e, contra a lei, me mandas ferir? E os que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não sabia irmãos, que era o sumo sacerdote; porque esta escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo.” At23.2-5.
Posteriormente muitos se têm assim interpretado o texto. Mais quando Paulo escreve aos Gl. 6.11- “vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão”. A palavra “letra” empregada aqui é traduzida da palavra grega γράμμασιν (grammasin) que significa letras, escrituras, carta, etc. usada em 2Co3. 6 “...a letra mata, e o Espírito vivica” τὸ γὰρ γράμμα ἀποκτέννει, τὸ δὲ πνεῦμα ζῳοποιεῖ. Black, M., Martini, C. M., Metzger, B. M., & Wikgren, A. 1993, c1979. The Greek New Testament (electronic ed. of the 4th ed.) . United Bible Societies: Federal Republic of Germany
Já a palavra “grande” gr.πηλίκοις(pelikois) usada primeiramente a uma pergunta direta, “quão grande? quando? indicando quantidade, e não necessariamente o tamanho como se pensa.Possivelmente, ele deve ter “escrito” com letras grandes com a própria mão, o que também não é improvável, que signifique que nesse momento ele pegou a pena do amanuense e finalizou a epístola. Pois na linguagem grega o escritor de uma carta se colocava ao lado do leitor e falava dela como tendo sido escrita. Possivelmente Paulo está se referindo que a saudação final é escrita por suas próprias mãos.
Epaminondas M. do Amaral comentando o texto bíblico, indicou algumas razões sobre as possibilidades que a expressão “espinho na carne” não indicaria necessariamente sofrimento físico, mas sim, sofrimento morais.
Para os Teólogos gregos, o “espinho” referido no texto, eram os inimigos de Paulo, 2Tm. 4.14 – Alexandre, o latroeiro, que causava a Paulo muitos males.
Já os Teólogos latinos viam atrás da metáfora paulina as tentações afeitas ao sexo forte, exercendo na consciência do apostolo.
Outros entendiam que nada mais era do que o gênio intempestivo de Paulo, que o feria fazendo sofrer. “Quem sabe essa observação é por causa do temperamento colérico de Paulo, que geralmente essas pessoas são auto-suficiente, impetuoso, genioso e tem uma tendência á aspereza e até mesmo á crueldade. Ninguém é tão mordaz e sarcástico quanto o colérico. Essa seria uma séria deficiência emocional do colérico”.
E tinha aquele que atribui o “espinho” a uma epilepsia, outro a febre malária, que Paulo provavelmente teria contraído nas regiões insalubres da província romana da Ásia.
Alas reformistas da igreja norte-americana sustentam de forma aberrante que Paulo poderia ser homossexual.
Inúmera tese no mundo foi levantada para tentar entender o que há por detrás dessa frase “... um espinho na carne”, alguns chegam a defender que seria alguma culpa sexual que Paulo carregava.
A Bíblia diz que: “As coisas encobertas são para o Senhor; nosso Deus; porem as reveladas é para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprimos todas as palavras desta lei” Dt28. 29.
Definindo o termo Espinho
A onze palavras hebraicas e duas gregas que estão envolvidas neste verbete, a saber:
a) אטת ’atad – espinheiro, palavra hebraica que figura por quatro vezes: Sl.58.9 – “Antes que os espinhos cheguem a aquecer as vossas panelas, serão arrebatadas, tanto os verdes como os que estão ardendo, como por um redemoinho.” Neste caso aqui, o “espinheiro” ou “lenha” como aparecem em algumas versões, eram pequenos galhos de espinheiros que eram usados como combustível para obter um calor mais rápido. Sl. 118.12; Ecl.7.6. Já em Jz.914,15 esse pequeno arbusto e ramos afiados é a representatividade de Abimeleque , que aspirava ao exercício do poder sobre os outros.
b) חרק chedeq - espinho – termo hebraico que aparece por duas vezes: Mq. 7.4. Pv.15.19 “O caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos, mas a vereda dos retos está bem igualada.” Neste caso de provérbios o caminho do preguiçoso é cheio de espinho. Sobretudo porque era demasiadamente preguiçoso para retirá-lo (v.24.30,31; Os. 2.6).
c) חוח chowach - espinho,moita – palavra hebraica utilizada por doze vezes: 2Cr33.11;Jó41.2;Pv26.9;Ct2.2 etc. Em 1Sm13.6 “Vendo, pois, os homens de Israel que estavam em angustia(porque o povo estava apertado), o povo se escondeu pelas cavernas , e pelos espinhais, e pelos penhascos , e pelas fortificações, e pelas covas,...” (nesta passagem,algumas versões traduz por “buraco”). Os homens de Israel estavam em apuros, devido à falta de armas (19-22). O exercito filisteus estava bem equipado, embora numericamente inferior, então o povo de Israel teve que sua de estratégia se escondendo pelos espinheiros ou buracos.
d) נעצוץ na ̀atsuwts - espinho – palavra hebraica usada por duas vezes: Is7.19;55.12,13. “Em lugar do espinheiro, crescerá a faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta; isso será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.” Esses versos (v.12,13) descrevem, de forma simbólica, a alegria da criação na ação redentora de Deus. Cumpridos em parte no retorno pós-exílico, os versículos são, em ultima análise, messiânico e escatológicos.
סיר ciyr ou (fem.) סירה ciyrah ou סרה cirah - espinho, gancho – palavra hebraica usada por quatro vezes, como sentido de espinho: Ecl.7.6;Is34.13;Naum 1.10; Oséias 2.6 diz que: “Portanto, eis que cercarei o teu caminho com, espinhos; e levantarei uma parede de sebe, para que ela não ache as suas veredas.”A proteção de Jeová – Essa atitude visa frustrar o propósito de Israel em buscar seus amantes, uma castidade forçada pelos espinhos. Israel seria forçado a se desinteressar pelos baalins. Temos aqui um gesto da graça e misericórdia divina querendo o bem da nação de Israel.
סלון cillown ou סלון callown - espinho, espinheiro – palavra hebraica usada no plural, por apenas uma vez: Ez2. 6. “E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque é casa rebelde.” Figuras de linguagem para espinhos..escorpiões..,vívidas acerca dos que queriam dificultar a vida do profeta. A missão profética é para a palavra. Esta leva em si uma força tal que, mesmo sendo rejeitada, se impõe. Aquele povo haverão de reconhecer que o Senhor lhes enviou um profeta. Enviou com dois objetivos: para que se salvem, se o aceitarem; para que não tenham desculpa, se o rejeitarem.
צן tsen- espinho – palavra usada por duas vezes no hebraico: Jó 5.5 e Pv22. 5. “Espinhos e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe dele.” A Bíblia Viva parafraseando esse versículo diz “o homem que despreza a Deus anda por um caminho cheio de espinhos e buracos; quem dá valor a sua própria vida se afasta desse caminho.”
a. צְנִינִם Tseninim – A espinheiro – palavra hebraica usada no plural por duas vezes: Nm.33.55 e Js.23.13. Ambas as passagens faze referencia aos espinhos, só que no caso Josué as promessas de Deus não eram incondicionais. As condições para terem a benção de Deus estavam expressas na obediência aos seus mandamentos, à fé na sua providencia e a separação dos ímpios (3-13). Os textos de Números o faziam lembrar se os israelitas deixassem de lançar fora totalmente os cananeus ímpios e de destruir seus locais de culto idolatra, Deus faria os próprios cananeus lhes afligir, e Ele mesmo julgaria o seu povo. “Lançareis fora todos os moradores da terra diante de vós e destruireis todas as suas figuras; também destruireis todas as suas imagens de fundição e desfareis todos os seus altos;” “estejam certos de que o Senhor, o seu Deus, já não expulsará essas nações de diante de vocês. Ao contrario, elas se tornarão armadilhas e laços para vocês, chicote em suas costas e espinhos em sue olhos, até que vocês desapareçam desta boa terra que o Senhor, o seu Deus, deu a vocês.” NVI.
e) קוץ qowts ou קץ qots- espinho – termo hebraico usada por doze vezes: Gn3.18; Ex22.6; 2Sm23.6 etc. “Porém os filhos de Belial serão todos como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode pegar com a mão.” Aqui os ímpios são comparados aos espinhos, pelas suas perversidade serão lançados fora. Serão destruídos porque não querem saber de Deus nem do seu reino justo. (Sl.2.9;110.5,6)
קמשון qimmashown קמוש qimmowsh ou קימושׂ qiymowsh
procedente de uma raiz não utilizada significando picar; cardo ou urtiga, uma planta espinhosa ou sem serventia - espinho – palavra hebraica usada por apenas uma vez: Pv24.31 “eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedras de ruínas.” Versão Almeida Revisada e Atualizada – O texto (vv.30-34) faz menção ao mestre sábio que apresenta uma lição sobre a preguiça, ao observar a vinha abandonada de um preguiçoso. Ele faz uma observação (vv.30-31), uma interpretação (v.32), e uma aplicação (vv.33-34). O sábio é capaz de aprender até com o preguiçoso.
f) שמיר shamiyr espinho –procedente de no sentido original de picar שמר shamar; guardar, vigiar, observar, prestar atenção.A palavra hebraica que aparece por sete vezes: Is5.6;7.23;9.18;10.17;27.4 “Não há indignação em mim; quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na grande guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” O retrato da mornidão de Israel para com o Senhor – os israelitas não são “espinheiros e roseiras bravas ou sarças” como as demais nações, mas tampouco confiam totalmente no Senhor. (29.13)
g) ακανθα akantha, espinho – palavra grega que aparece por quatorze vezes: Mt.7.16;13.7,22;27.29;Mc.4.7,18;Lc.6.44 etc.

h) σκολοψ (skolops) essa palavra grega aparece somente em 2 Cor.12.7. Nossa versão portuguesa a traduz por espinho, o que talvez esteja mais em consonância com a nossa maneira de dizer, embora o termo grego não signifique, realmente, espinho. É bom lembrar que σκολοψ (skolops) significando, pedaço pontiagudo de madeira, estaca, paliçada. Que vem da raiz σκελος (skelos) aparentemente de “skello” (secar,da idéia de magreza)
Visto que as várias palavras hebraicas foram usadas sem refletir qualquer classificação cientifica. No original grego, a palavra traduzida por espinho como já vimos é skolops. Esse termo não significa “espinho”, e, sim, “estaca”. Mas devemos entender a passagem em sentido metafórico, não importando muito a tradução exata do termo, contanto que a idéia seja transmitida. Alguns traduzem emprestando-lhe um sentido clássico: pelourinho, estaca, cruz, poste, haste etc. (Xenofontes – Anabases 5.2,5).
Todavia, opinião geral de comentadores e autoridades em exegese do Novo Testamento, que a melhor tradução é realmente “espinho”. Termo comum na LXX (nomenclatura da Sepuaginta – versão grega do Velho Testamento, que se diz ter sido feita por setenta tradutores do V.T ao tempo do rei Ptolomeu Philadelphus, que reinou em Alexandria 285 – 247a.C), em outros documentos gregos da era pós – clássicas, quando a palavra era, então empregadas para indicar “instrumento pontiagudo”.
Esse é único texto no Novo Testamento onde ocorre a palavra grega aqui referida. O termo grego τῇ σαρκί (tê sarki), está no donativo. Isto levou alguns estudiosos a conjeturar que provavelmente indicasse a localização do “espinho na carne”. A chave lingüística do Novo Testamento de Fritz Rienecker/Cleon Roger gramaticamente diz que τῇ σαρκί, o dat. é de vantagem “para minha carne” ou locativo “em minha carne”
Convém logo notar que a expressão “na carne” não indica necessariamente sofrimento físico, sem a referencia carne do apostolo, unida ao substantivo anterior, pode significar que ele recebeu “alguma provação” que fazia o efeito de um espinho na carne.
Se o espinho “na carne” for um mal físico, é obrigatório entender como igualmente de natureza física as “fraquezas” do vrs. 9(no singular) e 10, especialmente os dois últimos. Seria bastante à graça, a fim de receber a fortaleza de Cristo.
Figuras de Linguagem Usadas Para Espinho
Como muitas figuram de linguagem como de retóricas estão no contexto bíblico, os espinhos são um importante assunto em conexões metafóricas. Metáf oras é um objeto tomado por outro ou semelhança entre duas coisas que se aplicam num termo. E espinho neste sentido pode ser:
1. Em Ez. 28.24, referencia as ferroadas produzidas pelo paganismo, o espinho picador. “E a casa de Israel nunca mais terá espinho que a pique, nem espinho que cause dor, de qualquer que ao redor deles os roubam; e saberá que eu sou o Senhor Jeová”.
2. Em Mq. 7.4 é dito que os mais retos entre os habitantes da terra eram como o espinheiro, e os piores, como uma sebe de espinheiros. “O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que o espinhal; veio o dia dos teus vigias, veio a tua visitação; agora será a sua confusão”.
3. Em Jó 5.5; “a sua messe a devora o faminto, que até dentre os espinhos a tira; e o salteador traga a sua fazenda.” Aludem as pessoas gananciosas, que arrancam o alimento até dos órfãos, mas que acabam perdendo tido em seu desvario.
4. Provérbios 15.19 “o caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos, mas a vereda dos retos está bem igualada.” - fala do caminho do preguiçoso, cercado de espinhos. Por causa de sua inércia, ele atrai contra si mesmo muitas dificuldades.
5. Eclesiastes 7.6 “Porque qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também é vaidade.” - fala do crepitar dos espinhos, no fogo, são assemelhadas as gargalhadas do insensato.
6. 2Sm. 23.6 “Porem os filhos de Belial serão todos lançados fora como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode pegar com a mão.” - os ímpios assemelham-se a espinhos, por serem inconvenientes e prejudiciais aos seus semelhantes.
7. Salmos 118.12 “Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se como fogo de espinhos; pois o nome do Senhor as despedaçou.” - os espinheiros são rapidamente consumidos pelas chamas, ilustrando o fim súbito que sobrevir aos tolos.
8. Naum 1.10 “Porque, ainda que eles se entrelacem como os espinhos e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como palha seca.” - no juízo divino, os ímpios são consumidos como palha seca, mesmo que entrelacem com espinhos.
9. Mt.7.16 Jesus os compara aos falsos profetas, com frutos maus e espinhentos. “Por seus frutos os conhecereis”. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
10. Mc. 4.7 é usado como elementos que prejudicam a mensagem do evangelho, ou impedem-na de efetuar a sua obra, assemelha-se a espinhos. “E outra caiu entre espinhos, e, crescendo os espinhos, a sufocam, e não deu fruto.”
Diferenciando Fraqueza e Enfermidade
E disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois; gloriarei-me nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas. Porque, quando estou fraco, então, sou forte”.
A palavra original que se traduz por “fraqueza” ασθενεια astheneia, tem aplicação física e moral. Ao lado do substantivo, o verbo cognato, vertido em português por “enfraquecer”, “ser fraco”, encontra-se no sentido metafórico, no maior dos empregos das cartas paulinas.
Os interpretes tem sugerido várias interpretações acerca do “espinho na carne” de Paulo. Essas discussões sobre a espécie de doença que Paulo tinha e que chamou “espinho na carne”, apesar das excelências dos argumentos, não satisfazem plenamente, e não resolvem o problema. É questão obscura e bastante controvertida definir a natureza do espinho.
O que tudo parece indicar à hermenêutica bíblica está impossibilitado de alcançar uma solução satisfatória e definitiva do problema.
Algumas versões têm traduzido à palavra fraco, fraqueza por doenças, enfermidade, dando a entender o que realmente Paulo tinha era um problema físico, e isto causava muitos males.
Mas quando consultamos alguns dicionários, buscando a etimologia da palavra e seus significados, ai poderá entender alguns pontos fundamentais, sem precipitarmos em nossas conclusões.
O dicionário do grego do Novo Testamento de Carlos Rusconi – Paulus – define o termo assim: ασθενεια astheneia, - subst. < Asthenes – fraqueza.
 Inerente à natureza humana: inconsistente, fragilidade, ICo15. 43 – “Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.”
 Deficiência física: enfermidade, doença, Lc13.11,12 “E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus, chamou a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.” – pneuma astheneia πνεῦμα ἀσθενείας, um espírito que provoca enfermidade.

I. Sentido espiritual:
 Insignificância, incapacidade- Rm8. 26 “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.”
 Fraqueza, fragilidade- Hb5.2 “e possa compadecer –se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.”
 Ser fraco, imperfeito- Rm4. 19 “E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.”
 Fraco, frágil- Rm15. 1 “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos.”
II. Sentido material:
 Estar doente, enfermo- Lc4.40, IITm4.20 “Erasto ficou em Corinto, deixei Trófimo doente em Mileto.”
 Ser necessitado, indigente- At20. 35 “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.”
 Lit. falta de força (formado de a, elemento de negação, e sthenos, força), indicando incapacidade de produzir resultados-IICo11. 30 “Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.”
III. Sentido moral e ético: ICo8.7,10; 9.22 “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.”
IV. Retoricamente acerca da ação de Deus de acordo com estimativa humana: IICOR. 1.25 “Porque a loucura de Deus é mais sabia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.”
V. Usado em alusão ao corpo: ICo2.3; “E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor.”
Como já foi exposto, astheneia, ασθενεια lit. carente de força, estar fraco, enfraquecido, independente como se tenha algum interpretado o texto se de forma literalmente falando o no sentido figurado da palavra, mas é bom entender que fraqueza não se refere propriamente enfermidade, ou seja, nem sempre uma pessoa fraca esta doente, apesar disso vai do que entendemos por enfermidade ou doença. Apesar do corpo enfraquecido este exposto às enfermidades, isso não refere necessariamente a doença. Mas geralmente quem está doente está fraco, debilitado.
A igreja de Corintos existia três tipos de pessoas, um distinto do outro, os fracos (ασθενης asthenes), os doentes (αρρωστος arrhostos) e os que dormem (κοιμαω koimao), lit. “Aqueles que caem no sono, morreram”. ICo11. 30
Paulo tem em mente três tipos ou classes de pessoas dentro da igreja, e isto fica claro que a palavra empregada nem sempre tem um único sentido. Alguns comentaristas acreditam que “alguns” da igreja por terem falhado ao participarem do potencial do poder na celebração da ceia do Senhor e abusarem do seu significado, estavam sob aflição ou tinham sofrido morte prematura. O comer... beber... indignamente v.27, significa participar da mesa do Senhor com um espírito indiferente, egocêntrico e irreverente, sem qualquer intenção ou desejo de abandonar os pecados conhecidos e de aceitar a concerto da graça com todas as suas promessas e deveres.