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sábado, 11 de setembro de 2010

Bíblia Revelação de Deus



O que é a Bíblia



É a revelação de Deus à humanidade. Seu Autor é o próprio Deus. Seu real intérprete é o Espírito Santo. Seu assunto principal e central é o Senhor Jesus Cristo.
A Bíblia é Deus falando ao homem; é Deus falando através do homem; é Deus falando como homem; é Deus falando a favor do homem; mas é sempre Deus falando!
Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa atitude para com Deus. Ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade.
O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo ou santificado.
A Bíblia foi uma das maiores ferramentas que Deus deixou para a humanidade, para que através dela o homem viesse a ter o pleno conhecimento da revelação de Deus. Sem ela possivelmente a homem não teria essa plena compreensão da providencia de Deus através dos séculos, em expor através de seu Filho Jesus Cristo seu plano sacrifical em resgate de todo essa humanidade.
A Bíblia é um livro muito antigo. É resultado de longa experiência religiosa de um povo. É o registro de várias pessoas, em diversos lugares, em contextos diversos. Foram escritas ao longo de um período de 1600 anos por cerca de 40 homens das mais diversas profissões, origens culturais e classes sociais.
Os cristãos acreditam que estes homens escreveram a Bíblia inspirada por Deus e por isso consideram a Bíblia como a Escrituras Sagrada. No entanto, nem todos os seguidores da Bíblia a interpretam de forma literal, e muitos consideram que muitos dos textos da Bíblia são metafóricos¹ ou que são textos datados que faziam sentido no tempo em que foram escritos, mas foram perdendo seu sentido dentro do contexto da atualidade.
Para o cristianismo tradicional, a Bíblia é a Palavra de Deus, portanto ela é mais do que um livro, é a vontade de Deus escrita para a humanidade, ou seja, nela se encontra, acima de tudo, as respostas para os problemas da humanidade e a base para princípios e normas de moral e salvação para toda humanidade.
Os agnósticos² vêem a Bíblia como um livro comum, com importância histórica e que reflete a cultura do povo que os escreveu. Outros³ recusam qualquer origem Divina para a Bíblia e a consideram como pouca ou nenhuma importância na vida moderna, ainda que na generalidade se reconheça a sua importância na formação da civilização ocidental (por ter a origem no Médio Oriente).

1- Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra deriva do latim metaphòra (metáfora), por sua vez trazido do grego metaphorá (“mudança, transposição”). O prefixo met(a) – tem sentido de “no meio de, entre, atrás, em seguida, depois”. O sufixo – fora (em grego phorá) designa ‘ação de levar, de carregar à frente’. Metáfora é uma figura de linguagem, que consiste numa comparação entre dois elementos por meio de seus significados, causando o efeito de atribuição. Pode-se considerá-la como uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, ”como”), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.


2- “Agnosticismo” derivou-se da palavra grega “agnostos”, formada com o prefixo de privação (ou de negação) “a” anteposto a “gnostos”, (conhecimento). “Gnosto” provinha da raiz pré-histórica “gno”, que aplicava à idéia de “saber” e que está presente em nossos vocábulos da nossa língua, tais como cognição, ignorar, conhecer, ignorância, entre outros. O gnóstico, á primeira vista, opõe-se não propriamente a Deus, mas sim à possibilidade de a razão humana conhecer tal entidade. Para os agnósticos, assim como não é possível provar racionalmente a existência de Deus, é igualmente impossível provar a sua inexistência, logo, constituindo um labirinto sem saída a questão da existência de Deus.


3- “Ateísta” e não “ateu” – muitas pessoas confundem os termos, pois o “ateísmo” representa a ausência de crença na existência de Deus, não necessariamente a negação da existência de Deus. O termo “ateu” é formado pelo prefixo grego “a”, significando “ausência” e o radical “teu” derivado do grego theós - significando “deus”. O significado literal do termo é então: “sem Deus”.


a) Teísmo Agnóstico – é alguém que assume não ter conhecimento da existência de Deus, mas acredita que Ele existe de fato.
b) Ateísmo Agnóstico – é alguém que assume não ter conhecimento da exisatencia de Deus, e por isso não acredita que ele exista.



II – A origem do nome “Bíblia”



A palavra grega Bíblia¹, em plural, deriva do grego bíblos ou biblion (biblion) que significa “rolo” ou “livro”. Biblion, no nominativo plural, assume a forma bíblia, significando “livros”.
No latim medieval, bíblia é usada como uma palavra singular – uma coleção de livros ou “a Bíblia.” Foi Jerônimo² tradutor da vulgata latina, que chamou pela primeira vez ao conjunto dos livros do Antigo Testamento e Novo testamento de “Biblioteca Divina”. E aplicada primeiramente às Escrituras por João Crisóstomos³, grande reformador e patriarca de Constantinopla (398-404). O vocábulo “Bíblia” significa etimologicamente “coleção de pequenos livros”.
Por volta do século II D.C, os cristãos gregos já chamavam suas Escrituras Sagradas de ta Bíblia, ou seja, “os livros”. Quando esse titula foi então transferido para a versão latina, foi traduzido no singular, dando a entender que “o Livro” é a Bíblia.

1 – Essa palavra deriva-se originalmente da cidade fenícia de Biblos, que era um dos antigos e importantes centros produtores de papiro, o papel antigo. Estritamente falando, bíblos era um livro, e bíblion era um livrinho.


2 – Jeônimo (Strídon, provavelmente na fronteira da Iugoslávia com a Itália - cerca de 347 – Belém, 30 de setembro de 419/420), seu nome completo Eusebius Sophronius Hieronymus, é conhecido como tradutor da Bíblia do grego e do hebraico para o latim.


3 – Monge episcopal cognominado Boca de Ouro. Nasceu na cidade de Antioquia, a terceira do império, às margens do Oronto.



III – Materiais originais que foi escrita a Bíblia



Os principais materiais foram dois: “papiros” e “pergaminhos”. Papiro Rylands- é o fragmento mais antigo encontrado do manuscrito do Evangelho de João, data aproximadamente 125 E.C. Escrito em Grego, contém parte do Evangelho segundo João, sendo que na frente contém partes do capítulo 18 e versículos 31-33, e no verso, os versículos 37-38.
O Papiro era extraído de uma planta aquática desse mesmo nome. Há varias menções dele na Bíblia, como por exemplo, Êxodo 2.3; Jó 8.11; Isaias 18.2; 2 João v.12. De papiro deriva o termo papel. Seu uso na escrita vem de 3.000 a.C., no Egito.
Papiro (pelo latim papyrus do grego antigo papuron) é originalmente chamada de Cyperus papyrus¹, por extensão é também o meio físico usado para a escrita (precursor do papel) durante a Antiguidade, sobretudo no Antigo Egipto, civilização do Oriente Médio, como os hebreus e babilônicos, e todo o mundo grego-romano.
Utilizava a parte interna, branca e esponjosa do caule do papiro, cortado² em finas tiras que eram posteriormente molhadas, sobrepostas e cruzadas, para depois serem prensadas. As folhas obtidas eram marteladas, alisadas e coladas ao lado de outras folhas para formar uma longa fita que era depois enrolada. A escrita dava-se paralelamente às fibras.
Foi por volta de 2200 anos antes de Cristo que os egípcios desenvolveram a técnica do papiro, um dos mais velhos antepassados do papel.
De todos os materiais empregados como suporte para a escrita na antiguidade, - afirma o professor egípcio R.E. Nadury – o papiro certamente foi o mais pratico, por ser flexível e leve. A fragilidade, porém, era o seu único inconveniente. Resistia por pouco tempo à umidade e queimava facilmente.


O Pergaminho (do pergaméne e do latim pergamina ou pergamena) é o nome dão a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever. O seu nome deriva do nome da cidade grega onde se terá fabricado pela primeira vez: Pérgamo³, na Ásia Menor.
Foi largamente utilizado na antiguidade ocidental, em especial na Idade Média. Os mosteiros cristãos mantinham bibliotecas de pergaminhos no período, onde monges letrados se dedicavam a copia de manuscritos e na divulgação dos textos clássicos da cultura grega e latina no Ocidente, principalmente do Império Bizantino.
Pergaminho alemão, 1568

Tudo indica que o vocábulo pergaminho derivou seu nome da cidade de Pérgamo, capital de um riquíssimo reino que ocupou grande parte da Ásia Menor, sendo Eumenes II (197-159 d.C), seu maior rei. Esse rei projetou formar para si uma biblioteca maior que a de Alexandria, no Egito. O rei do Egito, por inveja, proibiu a exportação do papiro, obrigando Eumenes a recorrer a outro material gráfico. Tal fato motivou o surgimento de um novo método de preparar peles, muito aperfeiçoado, que resultou no pergaminho. O NT menciona esse material gráfico em 2 Tm4:13 e Ap 6:14.

1 - Cyperus papyrus, ou simplismente papiro, adaptada às margens do Nilo, onde acompanhava em grande quantidade o curso do rio, te uma longa haste, sem nós na folhas onde mede seis centímetros. O que aparecia acima da terra era, em síntese, uma planta em forma de junco com, aproximadamente, três metros de altura, com raízes longas, medindo às vezes seis ou sete metros.


2 – Para confeccionar o papiro, corta-se o miolo esbranquiçado e poroso do talo em finas lâminas. Depois de secas, estas lâminas são mergulhadas em água com vinagre para ali permanecer por seis dias, com propósito de eliminar o açúcar. Outras vezes secas, as lâminas são ajeitadas em fileiras horizontais e verticais, sobrepostas umas às outras. A seqüência do processo exige que as lâminas sejam colocadas entre dois pedaços de tecidos de algodão, por cima e por baixo, sendo então mantidas prensadas por seis dias. Com o peso da prensa que as finas lâminas se misturam homogeneamente para formar o papel amarelado, pronto para ser usado. O papel pronto era, então, enrolado a uma vareta de madeira ou marfim para criar o rolo que seria usado na escrita.


3 – Pérgamo (Pergamov, atual Bergama, na Turquia) é uma antiga cidade grega que se situava na Mísia, no noroeste da Anatólia, a uma distancia de mais de 20 km do Mar Egeu, numa colina isolada do vale do Rio Caicos. Pérgamo possuía uma biblioteca de prestigio que perdia em importância apenas para a Biblioteca de Alexandria.



IV – Formatos primitivos da Bíblia



Foram dois: “rolos” e “códices”.
O rolo era um rolo de fato, feito de papiro ou pergaminho. Era preso a dois cabos de madeira para facilitar o manuseio. Cada livro da Bíblia era um rolo separado. Nenhuma pessoa podia conduzir pessoalmente a Bíblia como fazemos hoje. O que tornou isso possível foi à invenção do papel no século II pelos chineses e a do prelo¹ de tipos móveis pelo alemão Johannes Guttenberg no século xv, possibilitando o formato dos livros atuais.
Um códice (ou codex, da palavra em latim que significa “livro”, “bloco de madeira”) é um livro manuscrito, em geral do período da Idade Média. Manuscrito que foram escritos por volta do século XVI. O códice é um avanço do rolo de pergaminho, e gradativamente substituiu este ultimo como meio de escrita. O códice, por sua vez, foi substituído pelo livro² impresso.
Texto Codex Leningradensis – é um dos mais antigos e completos manuscritos do texto massoréticos da Bíblia hebraica, escrito em pergaminho e datado de 1008 EC, é a mais antiga e completa das Escrituras Hebraicas do mundo. Atualmente, o Códice de Liningrado, é o mais importante texto hebraico reproduzido na Rudolf Kittel’s Bíblia Hebraica (BHK),(1937) e na Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS), (1977).


O códice é resultado da seguinte técnica livresca: dobrar as folhas avulsas de um documento escrito colocá-las uma em cima da outra e depois ligá-las. O códice é mais pratico do que o rolo, difícil de manejar, e com pouco espaço para texto. Os cristãos compreenderam logo as vantagens do códice, em vez de precisar de trinta a quarenta rolos, podiam guardar toda a Sagrada Escritura num só códice. O códice era composto de fascículos (fasciculi) de quatro folhas, um caderno (quaternio), que eram dobradas em dois (diploma); o resultado era: oito folhas e dezesseis páginas.

1 – Prelo (lat. Prelum). Máquina de impressão tipográfica; prensa. Em 1440, Gutenberg desenvolveu a tecnologia da prensa móvel, utilizando os tipos de móveis: caracteres avulsos gravados em blocos de madeira ou chumbo, que eram rearrumados numa tábua para formar palavras e frases do texto.


2 – Nosso vocábulo livro vem do latim líber, que significou primeiramente casca de árvore, depois livro.



V – As línguas originais da Bíblia



Foram utilizados três idiomas diferentes na escrita dos diversos livros da Bíblia: o hebraico, o grego e o aramaico. Em hebraico consonantal foi escrito todo o Antigo Testamento, excetuando-se unicamente os trechos de Dan. 2:4-7:28; Esd.4:8-6:18 e Jr.10:11, que foram escritos em aramaico, além dos livros chamados deuterocanónicos¹. Os livros deuterocanônico² foram, supostamente, escritos entre Malaquias e Mateus, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa. O parecer de Flávio Josefo não é aceito pelos cristãos católicos e ortodoxos, porque Jesus afirma que durou até João Batista (Lc.16:16; Mt.11:13). Segundo a tradição cristã, o Evangelho de Mateus teria sido primeiramente escrito em hebraico, visto que a forma de escrever visava alcançar os judeus.



Hebraico:




Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico ou hebreu, o idioma oficial da nação israelita. O hebraico faz parte das línguas semíticas. Que eram faladas na Ásia (mediterrâea), exceto em bem poucas regiões. As línguas semíticas formavam um ramo dividido em grupos, sendo o hebraico integrante do grupo Este compreendia o litoral oriental do Mediterrâneo, incluindo a Síria, a Palestina e o território que constitui hoje a Jordânia. Integrava também o grupo cananeu de línguas, o ugarítico, o fenício e o moabítico. O fenício tem muita semelhança com o hebraico. O primitivo alfabeto hebraico é oriundo do fenício, segundo a opinião dos versados na matéria.
A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes sem qualquer sinal de vocalização. Os sons vocálicos eram supridos pelo leitor durante a leitura, o que davam origem a constantes enganos, uma vez que havia palavras com a mesma consoantes, mas com acepções diferentes. Quer dizer, a pronúncia exata dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição.
Após o século VI, os eruditos judeus residentes em Tiberíades, passaram a colocar na escrita sinais vocálicos, perpetuando, assim, a pronúncia tradicional. Esses sinais são pontos colocados em cima, em baixo e dentro das consoantes. Os autores desse sistema de vocalização chamavam-se massoretas – o termo “massorá” provém na língua hebraica de “mesorah” – que quer dizer tradição. Isto porque os massoretas, por meio desse sistema, fixaram a pronuncia tradicional do hebraico. Qualquer texto bíblico posterior ao século VI é chamado “massorético”, porque contém sinais vocálicos. Os mais famosos eruditos massoretas foram os judeus Moses ben Asher; e seus filhos Arão e Nafitali, que viveram e trabalharam em Tiberíades, na Galiléia.



Grego:




A língua grega é a língua em que foi originalmente escrita o Novo Testamento. Com exceção o livro de Mateus, que muitos eruditos afirmam ter sido escrito em aramaico. O grego faz parte do grupo das línguas arianas. Vem da fusão dos dialetos dórico e ático. Os dóricos e os áticos foram duas das primeiras tribos que povoaram a Grécia¹.
O grego do Novo Testamento não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialeto popular do homem da rua, dos comerciantes, dos estudantes, que todos podiam entender: era o “koiné”.
Esse dialeto formou-se a partir das conquistas de Alexandre, 336 a.C. Nesse ano, Alexandre subiu ao trono e, no curto espaço de 13 anos, alterou o curso da historia do mundo. Onde que passasse, Alexandre implantou e influenciou o dialeto grego. Assim a Grécia tornou conhecida em todo mundo pela influencia da língua grega. Até no Egito o grego se impôs, pois aí foi a Bíblia traduzida do hebraico para o grego – a chamada Septuaginta², cerca de 285 a.C.
Deus preparou deste modo, um veículo lingüístico para disseminar as novas do Evangelho até os confins do mundo, no tempo oportuno.



Aramaico:




O aramaico é um idioma semítico falado desde 2.000 a.C. em Arã ou Síria, que é a mesma região (Arã hb.,Síria gr.). A influencia do aramaico foi profunda sobre o hebraico, começando no cativeiro do reino de Israel, em 722 a.C. na Assíria, e continuando através do cativeiro do reino de Judá, em 587, em Babilônia. Em 536, quando Israel começou a regressar do exílio, falava o aramaico como língua vernácula. È por essa razão que, no tempo de Esdras, as Escrituras, ao serem lidas em hebraico, em publico, era preciso interpretá-las, para compreenderem o seu significado. (Ne 8.5,8)
Em Gênesis 31:47, vê-se que Labão, o sobrinho de Abraão, vivendo em sua terra, Caldéia, falava aramaico; ao passo que Jacó, recém-chegado de Canaã, falava o hebraico.
No tempo de Jesus¹, o aramaico torna-se a língua popular dos judeus e nações vizinhas; estas foram influenciadas pelo aramaico devido às transações comerciais do arameus na Ásia Menor e litoral do Mediterrâneo.
Em 1.000 a.C o aramaico já era a língua internacional do comércio nas regiões situadas ao longo das rotas comerciais do Oriente. O aramaico é também chamado “siríaco” no Norte (2 Rs 18:26; Ed 4:7; Dn 2:4 ARC), e também “caldaico”, no Sul (Dn 1:4). Tinha o mesmo alfabeto que o hebraico, diferia nos sons e na estrutura de certas partes gramaticais.
Do mesmo modo que o hebraico, não tinha vogal; a partir 800 d.C é que os sinais vocálicos lhe foram introduzidos. Apesar dos hebreus terem adotado o aramaico como língua, este passou a chamar-se hebraico, conforme vê em Lucas 23:38; João 5:2; 19:13,17,20; Atos 21:40; 26:14; Apocalipse 9:11.
Portanto quando o NT menciona o hebraico, trata-se, na realidade, do aramaico. Marcos, escrevendo para os romanos, põe em aramaico 5:41 e 15:34 do seu livro; já Mateus, que escreveu para os judeus, escreve a mesma passagem em hebraico (Mt 27.46).
O AT contém, além do hebraico e aramaico, algumas palavras persas, como “tirsata” (Ed 2.63 fig) e “sátrapa” (Dn 3.2).

1a – O termo “deuterocanônicos” é formado pela raiz grega deutero (segundo) e canônico (que faz parte do Cânon, isto é do conjunto de livros considerados inspirados e normativos pela igreja). Assim, o termo é aplicado aos livros e partes de livros bíblicos que só num segundo tempo foram considerados como canônicos. Os livros deuterocanonicos são Tobias – Judite – I Macabeus – II Macabeus – Baruque – Sabedoria – Ecleisástico (ou Ben Sira) – e alguns acréscimos ao texto dos livros Protocanonicos: Adições em Ester (Ester 10:4 a 11:1 ou a 16:24) e Adições em Daniel (Daniel 3:24-90; Cap.13 e 14).


2a – Os nossos 39 livros do Antigo Testamento, os católicos chamam protocanonicos. Os que chamamos apócrifos, eles chamam deuterocanônicos. Os que chamamos pseudoepigráficos, eles chamam apócrifos.


1b – Nos período clássico e helenístico surgiram muitos dialetos. Os dialetos mais importantes eram:


a) Jônico – dialeto usado por Homero e Hesíodo;
b) Ático – ou língua do período clássico. Do ático emergiu a “língua comum” falada durante o Período Helenístico, da qual evoluiu o grego moderno;
c) Dórico – ou língua de Esparta ( uma das cidades-estado da Grécia Antiga );
d) Eólico – ou língua falada na Tessália (Qessalia periferia da Grécia);
e) Língua antiga Macedônia – ou língua falada de Macedônios na Macedônia.
O período helenístico (do grego, hellenizein – “falar grego”, “viver como os gregos”) o período da história da Grécia compreendido entre a morte de Alexandre III (O Grande) da Macedônia em 323 a.C., a 147 a.C.


2b - Septuaginta é o nome de uma tradução da Torá, (Escrituras Hebraicas) para o idioma grego, feita no século III a.C. Ela foi encomendada por Ptolomeu II (287 a.C.-247 a.C.), rei do Egito, para ilustrar a recém inaugurada Biblioteca de Alexandria.
A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e, segundo a lenda, teriam completado a tradução em setenta e dois dias.


1c - Sete dialetos do Aramaico Ocidental eram falados na época de Jesus. Eles eram provavelmente distintos ainda que mutuamente inteligíveis. O hebraico era o dialeto proeminente de Jerusalém e da Judéia.
A história do aramaico pode ser dividida em três períodos:
Arcaico 1100 a.C.–200 D.C.), incluindo:
o O Aramaico Bíblico do Hebraico.
o O Aramaico de Jesus.
o O Aramaico dos Targums.
• Aramaico Médio (200–12000), incluindo:
o Língua Siríaca literária.
o O Aramaico do Talmude e do Midrashim.
• Aramaico Moderno - 1200 presente
(Classificação baseada na de Klaus Beyer Referências bibliográficas: Beyer*).

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

SOTEREOLOGIA – “Doutrina Da Salvação”


“Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”. Lc. 9.56

1º - O Significado de Salvação

O termo se deriva da palavra latina “salvare”. “Salvare” pode referir-se a qualquer tipo de salvamento, livramento, etc. “Salvus” significa seguro, a salvo, não prejudicado, ileso, livre. Que vem de “salus”, que significa “saúde” ou “ajuda”. No sentido teológico, salvar é tirar de algum perigo ou mal (incluindo o juízo final), juntamente com a provisão de bem-estar espiritual.

Os escritores sagrados empregam várias palavras que fazem referencia ao conceito geral de “livramento” ou “salvação”, seja no sentido natural, jurídico ou espiritual. O enfoque recai em dois verbos: natsal e yasha‘. O termo hebraico yãsha‘, nifal: “ser salvo”, “ser liberto”; hifil: “salvar”, “livrar”, “conceder vitória”, “ajudar”; “ser (estar) seguro”, “preservar”. Outro termo usado é natsa, “livrar”, “resgatar”, “salvar”, com sentido de “ser libertado”, “ser salvo” ou de “escapar” (i.e., “libertar-se a si próprio”; lit., “arrancar-se fora”). IICr.20.25;32.17; Ex.3.8,22; Ez.14.14.. O substantivo grego sõteria denota “libertação, preservação, salvação”. O verbo sõzõ, “salvar”. O emprego do verbo indica haver em vista uma “salvação” física, pessoal ou nacional.

2º - Os Termos Salvação

No AT há vários tipos:

a) Como “tirar” “livrar” de um fardo, opressão ou perigo: Ex.2.17; Js. 10.6; Jz. 2.16; 12.2; Ex. 14.13; IICr.20.7; Dt.20.4; Ex.14.30; ISm.17.47
b) Sentido militar “ajudar”: IISm.10.11,19, no âmbito a justiça e do direito civil; Dt.22.27; 28.29; IISm.14.4; IIRs.6.26
c) É usada no sentido de suplicas de oração: SL.3.7; 20.5,9
d) Salvação como “refugio”: A salvação poder ser não apenas de ataque, mas também de defesa. Quando surge oposição, é possível esconder-se num refugio em busca de proteção. SL.62.7[8] SL. 18.35[36]; Is.60.18
e) No sentido espiritual: Ez.37.23; Sl.51.14[16]; Jr.17.14
f) Revelado o Caráter de Deus: Is.46.7; Jz.6.31. Is.43.11,12; Jr.1.8,19
g) Salvação Futura: Jr.30.10; Zc.8.7; Ez.34.22; Is.45.22


No NT pode-se referir-se:

a) Livramento material e temporal de perigo e apreensão: 1ª) nacional Lc.1.69,71; At.7.25, “liberdade”; 2ª) pessoal, como no mar At.27.34, “saúde”; da prisão Fp.1.19; do dilúvio Hb.11.7.
b) Livramento espiritual e eterno concedido por Deus: At.4.12; Rm.10.10; 1.16; At. 2.47; 16.31; I Tm 2.4; II Tm. 1.9.
c) Como poder de Deus em livra o homem da escravidão do pecado: I Pe. 1.19; Fp.2.12; Lc.19.9.
d) O futuro livramento dos crentes na vinda de Cristo aos Seus santos: Rm.13.11; I Ts.5.8,9
e) Livramento da nação de Israel no segundo advento de Cristo: II Ts.2.8; Lc.1.71; Ap.12.10
f) As bênçãos dadas por Deus aos homens em Cristo pelo Espírito Santo: II Cor.6.2; Hb.5.9; Jd.3.
g) Representa ocasionalmente o Salvador Yeshû’âh (h[Wv>y): Lc.19.9; S.Jo.4.22.
h) Em atribuições ao louvor a Deus: Ap.7.10; 19.1.
i) Das enfermidades físicas: Mt. 9.22; Mc. 5.34; Lc. 8.48; Tg. 5.15
j) Das possessões demoníacas: Lc 8.36

Embora o título “salvador” (gr. sõtêr) fosse atribuído pelos gregos aos seus deuses, lideres políticos e outros, que trouxessem honra ou benefícios ao seu povo, na literatura cristã era aplicado somente a Deus (I Tm1.1) e a Cristo (At 13.23; Fp 3.20). Todavia, embora as palavras gregas traduzidas por “salvar” e “salvação” não sejam muito freqüentes, o próprio Jesus proclama o tema do NT quando diz: “O Filho do homem veio buscar e salvar [sõsai] o que se havia perdido” (Lc 19.10).

3º - Os três aspectos da Salvação

Há três aspectos da salvação, e cada qual se caracteriza por uma palavra que define ou ilustra cada aspecto. São essas bênçãos simultâneas, na pratica não se separam. Nós separamos para podermos estudá-las. As três constituem a plena salvação. Não pode haver plena salvação sem essas três experiências. A Salvação é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna).

1) Justificação: dikaioõ denota “o ato de pronunciar justo”, “absolver”, “julgar ser certo ou justo”. Mt.11.19; Lc.10.29; 16.15 Rm.3.4; ITm.3.16; Rm.5.1
A “justificação” é objetiva (externa). A palavra “justifica” é termo judicial que significa absolver, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação.

a) A Natureza da Justificação: Absolvição Divina.

Justificação é primeiramente uma mudança de posição da parte do pecador, o qual antes era um condenado; agora, porém goza de absolvição. A justificação é muito mais do que perdão de pecados e remoção da condenação, Deus coloca o ofensor na posição de justo. Ele apaga o passado, os pecados e ofensas, e, em seguida, trata o ofensor como se nunca tivesse cometido um pecado sequer! Deus, ao perdoar o pecador, o declara justificado, isto é, justo aos olhos divinos. (Rm 5.1)

b) A Necessidade da Justificação: A Condenação do homem.

A Bíblia deixa claro o estado moral e espiritual que encontrava o homem. Paulo aos Romanos mostra a degradação, em que o homem estava eternamente sob condenação: outrora conheceram a Deus (Rm. 1:19,20); falhando em adorarem e servirem, seu coração insensato se obscureceu (1.21,22); a cegueira espiritual os conduzia a idolatria (vr.23) e a idolatria os conduzia a corrupção moral (vrs.24-31). São indesculpáveis porque tinha revelação de Deus na natureza (1.19,20; 2.14,15). O judeu também está sob condenação, conhecia a lei de Moises, mas transgrediu essa lei em pensamentos, atos e palavras (cap.2). Paulo assim encerra toda a raça humana sob condenação:
“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”. Rm.319,20
Paulo declarou que pelas obras da lei ninguém será justificado. Essa declaração não é uma critica contra a lei, a qual é santa e perfeita. Significa simplesmente que a lei não foi dada com esse propósito de fazer justo o povo, e, sim, de suprir a necessidade duma norma de justiça. “Pela lei vem o conhecimento do pecado”.
“Mas agora se manifestou sem lei à justiça de Deus” (Rm.3.21). A palavra “agora” introduz uma nova dispensação. Durante muito tempo o homem pecava e aprendia a impossibilidade de aniquilar ou vencer seus próprios pecados. Mas “agora” Deus, declara abertamente através da pessoa de Jesus que somos justo.

c) A fonte da Justificação: A Graça

No hebraico, graça hen, demonstrar favor, afeição, comiseração. O termo grego para graça em o Novo Testamento é charis, usado para graciosidade, amabilidade, favor. Graça é o favor que se dispensa ou se recebe; favor que não merecemos, mas Deus livremente nos concede bênçãos imerecidas, especialmente com referencia ao favor Divino. A salvação é sempre apresentada como dom, um favor não merecido, impossível de ser recompensado; é um beneficio de Deus. (Rm.6.23)
A graça não é tratar a pessoa como merece, nem tratá-la melhor do que merece. É tratá-la graciosamente sem a mínima referencia aos seus méritos. Graça é amor infinito expressando-se em bondade infinita. Graça não significa que Deus é de coração tão magnânimo que abranda a penalidade ou desiste dum justo juízo. A graça de Deus revela-se no fato de haver provido uma expiação pela pode ser justo. A graça se se manifesta independente das obras ou atividades dos homens.
“Porque pela graça, sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Ef.2.9,10
d) Fundamento da Justificação: a justiça de Cristo
Deus proveu a justiça “mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Redenção (agorazõ) é o resgate (lutron) pela libertação por preço pago. “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue”. Propiciar (hilasterion, expiar) aplacava a ira e assegurava o favor de Deus para com os que não merecem. Cristo morreu por nós para nos salvar da justa ira de Deus contra nós. (Is.64.6;Zc.3.1-4)
Sua morte foi um ato perfeito de justiça, porque satisfez a lei de Deus. Foi também um ato de perfeito obediência. O ato pelo qual Deus credita essa justiça à nossa conta chama-se imputação. Imputação (logizomai) é levar à conta de alguém a conseqüência do ato de outrem. As conseqüências do pecado do homem foram credita e levadas à Cristo. Ele vestiu-se das vestes do pecado para que pudéssemos nos vestir do seu “manto de justiça”. “Cristo... para nós foi feito por Deus... justiça” (I Cor.1.30). Ele tornou-se “O Senhor Justiça Nossa” (Jr.23.6).

e) Os meios da Justificação: a Fé.

A fé é o instrumento que o homem apropria-se da justiça de Cristo provida por Deus. Poderíamos dizer que a fé é a mão que recebe o que Deus oferece. (Rm.3.22; 4.11; 9.30; Hb.11.7; Fil.3.9). A fé lança mão da promessa divina e apropria-se da salvação. A doutrina da justificação pela graça de Deus, mediante a fé do homem. Essa graça gratuita é recebida pela fé.
2) Regeneração: palingenesia “novo nascimento” (formado de palin, “de novo”, e gênesis, “nascimento”). Tg.1.18; I Pe.1.23; Tt.3.5; S.Jo.3.5,6.
A “regeneração” é subjetiva (interna), trata da vida interna que corresponde à nossa chamada e que nos faz participantes da natureza divina.

a) Natureza da regeneração

O Novo Testamento descreve a regeneração como:
Nascimento – Deus o pai é quem “gerou”; “nascido de Deus’ (I S.Jo.5.1), “nascido do Espírito” (S.Jo.3.8), “nascido do alto” (S.Jo.3.3,7).
Purificação – Deus nos salvou pela “lavagem da regeneração” (literalmente, lavatório ou banho). Tt.3.5
Vivificação – Somos salvos não somente pela “lavagem da regeneração”, mas também pela “renovação do Espírito Santo” (Sl.51.10; Ef.4.23; Rm.12.2)
Criação – É o resultado pratico de uma transformação radical na natureza, no caráter, nos desejos e propósitos. (II Cor.5.17)
Ressurreição – João Wesley disse: A “regeneração é a grande mudança que Deus opera na alma quando a vivifica; quando ele a levanta da morte do pecado para a vida de justiça”. (Rm.6.4,5; Cl.2.13; 3.1; Ef.2.5,6)

b) A Necessidade da Regeneração.

Em João três, Jesus não tentou explicar o como do novo nascimento, mas explicou o porquê do novo nascimento. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido de Espírito é espírito”. Carne e espírito pertencem a reinos diferentes, e um não pode produzir o outro. A natureza humana poder gerar a natureza humana, mas somente o Espírito Santo pode gerar a natureza espiritual.

c) Os meios de Regeneração.

Por ser um ato inteiramente divino e não tendo aparentemente o homem nenhuma participação, estritamente falando, mas o homem pode tomar parte na preparação para esse novo nascimento, se arrependendo e tendo fé. (At 3.19)

d) Efeitos da Regeneração

Posicionais: Através da “adoção” (“huiothesia, formado de huios, filho e thesis, “posição”, cognato de tithemi, “pôr”; condições de filho dados àquele a quem não lhe pertencem por natureza”). A palavra “adoção” significa literalmente: “dar a posição de filhos”. Literalmente é um termo-legal que indica conceder o privilégio de filiação a um que não é membro da família. (Rm 8.15; Gl 4.5; Ef 1.5)
Espirituais: Devido à sua natureza, a regeneração envolve união espiritual com Deus e com Cristo mediante ao Espírito Santo. Essa união resulta em novo tipo de vida e de caráter; novidade de vida (Rm.6.4); um novo coração (Ez.36.26); um novo espírito (Ez.11.19); um novo homem (Ef.4.24); participantes da natureza divina (II Pe.1.4) e templo do Espírito Santo (II Cor.6.16-18).
Práticos: A pessoa nascida de novo demonstrará esse fato pelo ódio que tem do pecado (I S.Jo.3.9; 5.18); por obras de justiça ( I S.Jo. 2.29); pelo amor fraternal (I S.Jo. 4.7) e pela vitória alcançada sobre o mundo ( I S. Jo.5.4).


3) Santificação: hagiasmos no grego e no hebraico Kadosh é usado para aludir a separação para Deus; “tornar santo” derivado de hagios, “santo”, “separado”. Hb.12.14; I Tm. 2.15; I Ts.4.7; ICor.1.30. Observa-se que “santificação”; “santidade”, e “consagração” são sinônimos, como o são: “santificados” e “santos”. Santificar é a mesma coisa que fazer “santo” ou “consagrar”.
A “santificação” é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna). De modo externo é a separação do pecado e dedicação a Deus; de modo interno é purificação do pecado.

a) Natureza da Santificação

A palavra “santo” tem os seguintes sentidos:
 Separação
 Consagração
 Purificação
 Dedicação

b) O tempo da Santificação


A “santificação” pode reunir duas idéias:


1) Posicional e instantânea
2) Pratica e progressiva


A santificação é posicional e prática - posicional porque envolve uma mudança de posição pela qual o imundo pecador se transforma em santo adorador; prático porque exige uma maneira santa de viver. A santificação pode ser também um ato instantâneo, concedido de imediato ao pecador arrependido; progressivo pelo fato muitas vezes de alguns serem descritos como carnais (I Cor.1.2; 3.3). A “santificação” é o processo de se tornar “santo”, enquanto que a “santidade” é o estado de ser “santo”. (I Ts.3.13; 4.3)

c) Meios divinos de santificação


1) O “sangue de Cristo” (Santificação externa)
Em virtude desse sacrifício de Jesus na cruz do calvário, o crente é eternamente separado para Deus; sua consciência é purificada, e ele próprio é transformado de pecado impuro, em santo adorador, unido em comunhão com o Senhor Jesus Cristo; pois, “assim o que santifica como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hb. 2.11). O que santifica é Cristo (cf. 10.10,14,29; 13.12) e, “os que são santificados” são os que foram redimidos da culpa e do poder do pecado e separados como povo de Deus. A consagração de Cristo para morrer por nós abre o caminho para a nossa santificação.

2) O “Espírito Santo” (Santificação interna)


O Espírito Santo é agente fundamental nesse processo da santificação. O título “Espírito Santo” aparece 94 vezes no NT (inclusive a única ocorrência de “Espírito de santificação”, em Rm 1.4).
A “santificação” é processo mediante o qual Deus está purificando o mundo e os seus habitantes. Seu alvo derradeiro é que tudo, tanto as coisas animadas quanto às inanimadas seja purificado de qualquer mancha de pecado ou de impureza. Com essa finalidade, Ele tem proporcionado os meios de salvação mediante Jesus Cristo.

3) A “Palavra de Deus” (Santificação externa e interna)


Os cristãos são descritos como sendo “gerados pela Palavra de Deus” (I Pe 1.23). A Palavra de Deus despertam os homens a compreenderem a insensatez e impiedade de suas vidas. Quando dão importância à Palavra arrependendo-se e crendo em Cristo, são purificados pela Palavra que lhes fora falada. (João 17.17; Ef. 5.26; João 15.3; Sl.119.9)


5º - As três Condições para Salvação


As três condições apresentadas aqui, são também simultâneas e não consecutivas. Os separamos para melhor estudá-las.
 Arrependimento: metanoia, “reflexão tardia”, “mudança de mente”, “arrependimento”, “lamentar”, “sentir”, literalmente “perceber depois” (formado de meta, “depois”, implicando “mudança”, e noeõ, “perceber de antemão”. Por conseguinte, significa “mudar de mente ou propósito”. Lc.17.3,4; Ap.2.5,16,21; 3.3,19; Mt.21.29; 27.3
 Fé: pistis primariamente, “persuasão firmeza”, cognato de peithõ, “persuadir”. A palavra é usada com referencia à; “confiança”, “fidelidade”, “lealdade”, “certeza”, “garantia”, por metonímia, ao que é crido, o conteúdo da crença, a fé.
 Conversão: strephõ, “virar”, epistrephõ, “voltar-se, virar-se, virar em direção a” (formado de epi, “em direção a”). Mt. 18.3; Tg.5.19,20; At.3.19

6º - Qual a diferença entre o “arrependimento” e a “fé”?


A “fé” é o instrumento pelo qual recebemos a salvação. O “arrependimento” ocupa-se com o pecado, enquanto a fé ocupa-se com a misericórdia de Deus.


A três perguntas essências e fundamentais:


1º) Pode haver fé sem arrependimento? Não.
2º) Pode haver arrependimento verdadeiro sem fé? Não.
3º) São a fé, e o arrependimento medidas preparatórias à salvação? Não. Por quê? Ambos acompanham o crente durante sua vida cristã. Poderíamos dizer que o arrependimento é o zelo pela purificação da alma; a fé opera o amor pelas coisas de Deus.

Há três elementos que constituem o “arrependimento”:


a) Intelecto
b) Emoção
c) Prático
Há três elementos assentimentos que constituem a “fé”:
a) Intelecto
b) Emoção
c) Vontade

7º - Qual a diferença entre “arrependimento” e “conversão”?

O “arrependimento” significa literalmente “mudar de idéia ou de propósito”, está sempre relacionado com o pecado. Enquanto a “conversão”, segundo a definição mais simples, é abandonar o pecado e aproximar-se de Deus - At.3.19.
O termo é usado tanto para expressar a volta de um pecador aos caminhos da justiça, como um transgressor arrependido que já se encontra no caminho da justiça. Mt.18.3; Lc.22.32; Tg.5.20
A “conversão” está relacionada com o “arrependimento” e a “fé”, e, ocasionalmente, representa tanto um como outro ou ambos, no sentido de englobar todas as atividades do homem, em abandonar o pecado e se aproximar-se de Deus.

8º - A Segurança da Salvação


A salvação é condicional ou incondicional? Uma vez salvo, salvo para sempre? De quem depende a salvação de Deus ou do homem? Podemos resistir à graça de Deus? Ou a graça é irresistível?
Alguns cristãos entendem que a salvação se completa basicamente no início da vida cristã – “fomos salvos”. Outros vêem a salvação como um processo – “estamos sendo salvos”. Ainda outros pensam na salvação como algo que ainda será recebido no futuro – “seremos salvos”.
Há dois pensamentos teológicos concernentes a extensão da salvação:
a) A posição particularista – sustenta que nem todos responderão afirmativamente a Deus: alguns se perderão e outros serão salvos.
b) A posição universalista – sustenta que Deus restaurará todos os homens, segundo pretendia desde o inicio. Ninguém se perderá.
Como por exemplo:
 O desviado é uma pessoa que outrora tinha o zelo de Deus, mas agora se tornou fria. (Mt.24.12)
 Outrora obedecia a palavra de Deus, mas o mundanismo e o pecado impediram seu crescimento e frutificação. (Mc.13.22)
 Outrora pôs a mão no arado, mas olhou para trás. (Lc.9.62)
 Outrora obedecia à voz da consciência, mas agora jogou para longe de si a bússola que o guiava. (I Tm.1.19)
 Outrora se alegrava em chamar-se cristão, mas agora se envergonha de confessar o seu Senhor. (II Tm. 1.8; 2.12)
 Outrora estava liberto da contaminação do mundo, mas agora voltou como a “porca lavada ao espoja douro de lama”. (II Pe.2.22)


1º - Calvinismo¹


A doutrina de João Calvino, a salvação é inteiramente de Deus, o homem absolutamente nada tem a ver com sua salvação. Se o homem, se arrepender, crer e for a Cristo, é inteiramente por causa do poder atrativo do Espírito de Deus. Isso se deve ao fato de que a vontade do homem se corrompeu desde a queda, que, sem ajuda de Deus, não pode nem se arrepender, nem crer, nem escolher corretamente.

2º - Arminianismo²


O ensino arminiamo é que a vontade de Deus é que os homens sejam salvos, porque Cristo morreu por todos. (I Tm. 2.4-6; Hb. 2.9; II Cor. 5.14; Tito 2.11,12).
Com esta finalidade ele oferece sua graça a todos. Embora a salvação seja obra de Deus, ele pode escolher aceitar a graça de Deus, ou pode resistir-lhe e rejeitá-la. Seu direito de livre arbítrio, sempre permanece.


1- João Calvino, o maior Teólogo do Cristianismo depois de Agostinho, bispa de Hipona, nasceu na cidade de Noyon, Picardia, França, aos 10 de julho de 1509. O nome Calvino é a forma latina de Calvinus.
2- Jacó Armínio (James Arminius) era um destinto pastor e professor holandês, cuja formação Teológica havia sido calvinista. Boa parte de seus estudos ocorreram em Genebra, sob a direção de Teodoro de Beza.


3º - Equilíbrio escriturístico


As respectivas posições fundamentais, tanto do Calvino como do Arminio, são ensinadas nas Escrituras. O Calvinismo exalta a graça de Deus como a única fonte de salvação – assim o faz a Bíblia; o Arminianismo acentua a livre vontade e responsabilidade do homem – e assim o faz a Bíblia.
Quando a ênfase demasiada à soberania e a graça de Deus na salvação pode conduzir a uma vida descuidada. Se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm a ver com a salvação, pode tornar negligente. Por outro lado, quando a ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de toda confiança de sua salvação.
“Os dois extremos devem ser evitados: a ilegalidade e o legalismo”.

9º - A Certeza da Salvação


Para abalar o crescimento espiritual dos crentes, Satanás lança dúvidas sem fundamento nos corações. Um fato a ser considerado seriamente, é o daquela pessoa que professa ser crente, mas não demonstra evidências de que Cristo transformou sua vida. Provavelmente não é um cristão verdadeiro e, portanto, não é (e nunca foi) salvo (I S. Jo. 2:19).
O Senhor deseja que seus filhos saibam que são salvos; Ele nos mostra isso através da Sua Palavra (I S.Jo. 5:13).

I. O Testemunho do Espírito Santo


 O Espírito Santo habita em cada cristão – Rm 8.9; I Jo 3.24;4.13
 O Espírito Santo testifica que somos filhos de Deus – Rm 8.16; Gl 4.6..
 O Espírito Santo dá o desejo pela Palavra de Deus – S.Jo 6.68,69
 O Espírito Santo põe o desejo de orar – Cl 4.2; I Ts. 5.16-18
 O Espírito Santo põe o desejo de ter comunhão com os irmãos – I Jo. 3.14; Jo13. 34,35
 O Espírito Santo põe o desejo de testemunhar – I Pe 3.15
 O Espírito Santo põe o desejo de fazer boas obras – Ef 2.10; Tt 2.14
 O Espírito Santo põe o desejo de tornarmos mais como Cristo – S. Jo. 13.12-14; I Pe.2.21-23

II. Perseverança dos Santos


A perseverança dos santos é uma doutrina que afirma que todo aquele que Deus chamou para a sua graça não pode perder a salvação, mas, certamente, Ele o fará perseverar, pois é eternamente salvo. Apesar de haver a vontade do homem, no final de tudo é Deus que preserva o Cristão através do operar do Espírito Santo no seu coração.
O termo “perseverança” no grego proskarteresis que do latim perseverantia denota ação e efeito de perseverar; persistência; constância. Permanecer firme e constante em um sentimento, uma resolução; persistir, permanecer, ficar, resistir, suportar.

III Apoio Explícito


 O selo e o penhor do Espírito Santo (II Cor 1.22;5.5; Ef 1.13
 A posição espiritual do crente (Ef 2.6; Fp 1.6)
 A proteção por parte de Deus (II Ts 1.12; II Tm 1.12;4.12)
 Nada pode nos separar do amor de Deus (Rm 8.31-39)
 As palavras de Jesus é vida eterna (S.Jo 5.24; 6.35,37,51,58)

IV As palavras do próprio Senhor Jesus - Segurança maior que está não pode haver:


 - S.João 5.24 – “tem vida eterna – não entra em juízo – mas passou da morte para a vida”
 - S. João 6.37 – “de modo nenhum o lançarei fora”
 - S. João 6.51,58 – “viverá eternamente”
 - S. João 10.27,29 – “Eu lhe dou a vida eterna – jamais perecerão eternamente – ninguém as arrebatará das minhas mãos – das mãos do pai ninguém pode arrebatar”
 - S. João 11.25,26 – “Quem crê em mim, ainda que morra viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente”.
Mediante estas passagens Bíblicas, podemos afirmar que, o cristão pode e deve ter certeza da sua salvação.

V - Apoio lógico


Afinal a salvação depende da obra efetuada na cruz ou da fidelidade humana? É um dom gratuito ou tem que ser conquistada por obras (obediência)?
Quando recebemos a Cristo, recebemos a vida eterna; se pudéssemos perder a vida eterna, então ela não seria vida eterna. A nossa salvação não depende da nossa perfeição, mas da perfeição da completa obra de Cristo por nós. Ele disse: "está consumado”.
Qual o tamanho do pecado que nos levaria a perder a salvação; um adultério, uma mentira? Para Deus não tem tamanho de pecado e nós pecamos diariamente.

Passagens Aparentemente Difíceis:


1º) João 15.1-5 – O fogo não é necessariamente o inferno, mas pode ser o juízo das obras- (I Cor. 3.11-15; 11.30)
2º) Mateus 24.13 – O contexto refere-se a Grande Tribulação e não a dispensação da Graça.
3º) Apocalipse 2.10 – Não devemos confundir Coroa da Vida (galardão) com a Salvação.
4º) Hebreus 6.4-6 – Essas palavras foram dirigidas a cristão; o escritor aos hebreus não se dirigiu aos não regenerados. Aqueles aos quais foram dirigidas são descritos como havendo sido uma vez “iluminados”, havendo “provado” o dom celestial, “participantes” do Espírito Santo, havendo “provado” a boa Palavra de Deus e as “virtudes” do século vindouro.
Aqueles aos quais foram dirigidas essas palavras eram cristãos hebreus, que, desanimados e perseguidos (10.32-39), estavam tentados a voltar ao judaísmo. Antes de serem novamente recebidos na sinagoga, requeria-s deles que, publicamente, fizessem as seguintes declarações (10.29): que Jesus não era o Filho de Deus; que seu sangue havia sido derramado justamente como o dum malfeitor comum; e que seus milagres foram operados pelo poder do maligno.
Voltar à sinagoga seria de novo crucificar o Filho de Deus e expô-lo ao vitupério; seria um terrível pecado de apostasia (6.6); seria como o pecado imperdoável para o qual não há remissão, porque a pessoa que está endurecida ao ponto de cometê-lo não pode ser “renovada para arrependimento”; seria digna dum castigo mais terrível do que a morte (10.28); e significaria incorrer na vingança do Deus vivo (10.30,31).


10º - Resumo


A tua vida é tão importante que Deus deixou estabelecido tudo o que necessitas para ser salvo e para viver nesta vida com uma esperança viva, com paz e com a presença do próprio Deus.


Todos somos pecadores. O homem sobre o abismo representa a cada um de nós. Estamos separados de Deus
A Bíblia diz: “isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem; pois não há distinção. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 3:22, 23;6:23



Não Podemos Salvar a nós mesmos. A vida eterna é uma prenda.
“Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” - Efésios 2:9
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” - Romanos 6:23
“Por que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?” - Marcos 2:7


Cristo morreu por nós e ressuscitou. “Mas Deus dá prova do seu amor para convosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” Romanos 5:8; “Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. Tu crês que Cristo morreu por ti e que vive ainda hoje? As palavras anteriores afirmam que sim.

Por fé devemos receber a Jesus Cristo como o nosso único Senhor e Salvador. Como receber a Jesus Cristos? “Mas, a todos quantos o receberam (a Cristo), aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;” João 1:12. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16. “Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.” Actos 16:31.


Quando recebemos a Cristo, Ele dá-nos a vida eterna. Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.” João 5:24


O que ocorre quando recebes a Jesus Cristo?


1º) Tu passas da morte para a vida. João 5:24 - "Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida."
2º) Os teus pecados são perdoados. Colossenses 1:14 -"em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados;"
3º) Tu tornaste filho de Deus. João 1:12 - "Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;"
4º) Tu ficas livre da escravidão. João 8:36 - "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
5º) Tu tornaste nova criatura em Cristo Jesus. IICoríntios 5:17 - "Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."


Tu podes imaginar algo mais glorioso do que pode te acontecer? Aceita agora a JESUS CRISTO como teu único Senhor e Salvador, e verá o que Deus fará em ti por intermédio de JESUS CRISTO.


Se aceitares a Jesus Cristo o que fazer em seguida?


1º) Lêem a Bíblia todos os dias. “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” Mateus 4:4
2º) Ora a Deus sempre. “Orai sem cessar. Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” I Tessalonicenses 5:17, 18. Orar é conversar com Deus.
3º) Confessa a Deus cada pecado. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” I João 1:9.
4º) Conta aos outros a tua experiência. Jesus disse: “Volta para tua casa, e conta tudo quanto Deus te fez. E ele se retirou, publicando por toda a cidade tudo quanto Jesus lhe fizera.” Lucas 8:39


Onde procurar ajuda na hora da necessidade?


1º) Quando precisar de coragem
Salmo 138:3; Efésios 6:10-13
2º) Quando enfrentar o perigo
Salmo 91; Salmo 121
3º) Quando duvidar da sua salvação
João 3:16; 1 João 5:11-13
4º) Quando duvidar do poder de Deus para mantê-lo fiel
Filipenses 1:6; I Pedro 1:5
5º) Quando passar por dificuldades financeiras
Salmo 34:10; Filipenses 4:19
6º) Quando precisar de perdão
Hebreus 4:15-16; I João 1:9
7º) Quando de orientação
Provérbios 3:5-6; Tiago 1:5
8º) Quando se sentir só e triste
Salmos 23; Hebreus 13:5
9º) Quando sua paciência for provada
Romanos 8:28-29; Tiago 1:2-4
10º) Quando precisar de paz num momento difícil
João 14:27; 16:33; Filipenses 4:6-7
11º) Quando estiver cheio de orgulho e soberba
I Coríntios 4:7; Filipenses 2:3-8
12º) Quando estiver sobrecarregado com muitos problemas
Salmo 55:22; I Pedro 5:7
13º) Quando precisar de descanso
Mateus 11:28-30; Gálatas 6:9
14º) Quando motivado por sentimento egoísta
Filipenses 4:8; I João 2:15-17
15º) Quando passar por tristezas
Romanos 8:26-28; II Coríntios 1:3-5
16º) Quando buscar o padrão de Deus
Mateus 5:48; Mateus 22:36-40
17º) Quando estiver sofrendo
Salmo 34:19; II Coríntios 4:17
18º) Quando enfrentar tentação
I Coríntios 10:13; Tiago 1:2-4; Tiago 12-15
19º) Quando passar por injustiça
I Pedro 2:19-23; 1 Pedro 4:12-15
20º) Quando se sentir fraco e incapaz
II Coríntios 12:9-10; Filipenses 4:13


Bibliografia
Larousse Ilustrado da Língua Portuguesa
Dicionário Internacional d Teologia do AT – R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr.; Bruce K. Waltke
Dicionário VINE – W.E.Vine; Mirres F. Unger; William White Jr.
Chave lingüística do Novo Testamento – Fritz Rienecker; Cleon Rogers
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Myer Pearlman
Introdução à Teologia Sistemática – Millard J. Erickson
Bíblia de Estudo Pentecostal – Donald C. Stamps
Teologia Sistemática – Stanley M Horton





ANATOMIA DO SOFRIMENTO


O assunto surgiu após ter lido um livro “Quando coisas ruins acontecem às pessoas Boas”, de um jovem rabino estudante de Teologia, Harold Kushner. Rabino de uma pequena cidade; o clérigo consolava as pessoas visitadas pela dor e pelo sofrimento. No instante, porém, em que soube que seu filho Aaron, de três anos de idade, morreria de uma doença rara, “progéria” no inicio da adolescência, ele se deparou com a mais importante e mais terrível questão que alguém pode enfrentar: Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?
Progéria (do grego gera, “velhice”) é uma doença genética da infância extremamente rara, caracterizada por um dramático envelhecimento prematuro. A expectativa média de vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos. Desde a sua identificação foram relatados cerca de 100 casos. Estima-se que afeta um de cada oito milhões de recém nascidos. A forma mais severa desta doença é a chamada síndrome de Hutchinson-Gilford nomeada assim em honra de Jonathan Hutchinson, que foi o primeiro em descrevê-la em 1886 e de Hastings Gilford que realizou diferentes estudos a respeito de seu desenvolvimento e características em 1904.
São nos momentos mais difíceis que fazemos nossos questionamentos, nossas reflexições, indagações, quando somos afligidos pelas lutas, tribulações, enfermidades, adversidades, todo tipo de situações desagradáveis em que sobre vêem inesperadamente e descontroladamente sobre a nossa vida.
Se existe um Deus Todo Poderoso, Onisciente, Onipotente, Onipresente, misericordioso, amoroso. Porque permitem tanta maldade, perversidades que têm causado sofrimento e dor neste mundo. Porque não poupam à humanidade de tanta tragédia. Em que as pessoas inocentes são constantemente vitimas dessas tragédias e destruição. Porque não falar de pestes, enfermidades, epidemias que tem sido a causa de sofrimento e dor na vida de muitas pessoas. Onde está Deus num momento como esse? Porque Ele não evita essas tragédias, que vidas inocentes são ceifadas impiedosamente.
Como pode Deus estar passivo a uma situação com essa? Será que Ele não está vendo? Porque Ele não dá um fim em tudo isso? Amenizando o sofrimento e dor de muitas pessoas?
Principalmente quando se diz respeito a nós, aos nossos filhos, nossa família. Seria inacreditável pensar numa tragédia dentro da nossa casa. Se isso acontecer o que pensaremos acerca de Deus? Porque Ele não guardou minha casa? Porque Ele permitiu tudo isso? Não poderia evitar um pouco de sofrimento e dor? Se Deus é pai Ele deve cuidar, alimentar, proteger. Mas se isso não está acontecendo Deus esta omitindo seu papel de Pai?
Outros dizem, sou dizimista, oro, jejuo me santifico então estou protegido, nenhum mal poderá vir sobre mim. Mas se alguma coisa vier acontecer em nossas vidas qual é o nosso procedimento diante dessas circunstâncias ou diante dessa situação. Como reagirei?
Às vezes temos que nos defrontar com momentos de crise, acompanhado de dor e sofrimento. A grande pergunta que se levanta é: Por que eu, Senhor? Por que o Senhor está fazendo isso comigo? Será que realmente Deus está nos afligindo com tantas preocupações, sofrimentos e dor?
Estás e outras indagações têm sido durante séculos feitas por muitas pessoas e se não dizer por nós mesmos, quando somos surpreendidos por uma avalanche de situações desagradáveis.
O objetivo desse estudo não é amenizar o sofrimento, mas sim, trazer a luz da Bíblia, algumas informações essenciais que poderão pelo menos esclarecer melhor e compreender algumas questões que parece no presente momento difícil.

QUANDO A ENFERMIDA ATACA

John e Cláudia tinham pouco mais de vinte anos e eram recém-casados. Estavam felizes. Mas essa felicidade durou apenas um ano. Claudia contraíra a doença de Hodgkins – câncer das glândulas linfáticas, e os médicos diziam que sua chance de vida era apenas 50%.
Os cirurgiões fizeram-lhe um corte que ia da axila até o abdome e removeram todo e qualquer traço visível da doença. Fraca e confusa, ela estava ali, num leito de hospital.
- Ó Deus, porque nós? Deu-nos apenas um ano de casamento feliz para então nos trazer esta dor? – clamava ela.
Foi feito alguns tratamentos e um desses, o de “cobalto” arruinou o organismo de Cláudia. Perdendo a beleza, fazendo sentir constantemente cansado, sua pele tornou-se escura, o cabelo começou a cair, e a garganta estava sempre inflamada e ferida. Vomitava quase tudo que comia. Os médicos precisaram suspender o tratamento por algum tempo, pois a garganta havia inflamado de tal maneira que ela não podia engolir nada.
Todo o dia Cláudia pensava em Deus e na dor que sentia, principalmente quando na sala de tratamento. Naquela sala fria, estirada numa mesa...cada radiação fazia seu corpo envelhecer meses.
As Visitas
De inicio, Cláudia esperava consolo e conforto dos seus amigos cristão. Mas isso nem sempre acontecia. Geralmente as pessoas até bem intencionadas traziam palavras que causavam mais tristeza do que alegria.
O “primeiro” foi diácono disse-lhe deve haver alguma coisa em sua vida que desagrada a Deus. Em outras palavras ela deveria estar em “pecado”. É o que geralmente as pessoas pensam logo de principio quando vê alguém sofrendo.
O “segundo” disse que ela tinha deixado de fazer a vontade de Deus.
O “terceiro” disse que ela deveria descobrir o que é que Deus está querendo lhe dizer.
O “quarto” cantou alguns hinos e recitou alguns salmos, a fim de afastar o sofrimento.
O “quinto” disse que ela precisava ter fé, que a fé remove montanhas, inclusive o câncer.
O “sexto” falou que a doença jamais é da vontade de Deus – insistia ele.

QUAIS AS CAUSAS DO SOFRIMENTO

No evangelho João 16.33, Jesus disse que no mundo teremos aflição. O termo grego thlipsis significa pressão, opressão, estresse, angustia tribulação. Essa palavra vem de thibo que tem sentido de espremer, pressionar, esmagar, apertar e sofrimento.
1º - Pecado – Gn. 3. Rm. 8.22,23 – 3.23; 6.23; 5.12. O pecado é a causa original de toda a doenças, moléstias e sofrimento. Is.1:5,6
Assim, o sofrimento se tornou comum a todos, como conseqüência do pecado. Eclesiastes 9.2,3 – Mateus 5.45
2º - Por causa das escolhas erradas que fazemos na vida. Gl.6.7 – Uma decisão errada muitas pessoas podem sofrer. Vimos isso nos efeitos da guerra.
3º - Por transgredimos as leis. Mateus 4.1 - A lei da causalidade. Plantou, colhe. Muitas pessoas acionam a lei da causalidade e esperam que remova as conseqüências – I Sm.11.1;12.12
4º - Terremotos, furacões, raios, inundações atingem as pessoas sem lhe perguntar se ela é boa ou má. Mt.24.7 – Obs. Quem está por de trás dos terremotos, maremotos, vendavais?
5º - Sofremos por causa da justiça. Mt.5.10-12
6º - Sofrimento como meio disciplinar. Hebreus 12.6-8; Ap.3:19.
7º - Sofremos por cometermos pecados graves. At.12.23;5.1

A NECESSIDADE DO SOFRIMENTO

1º - As tribulações tornam-nos mais consciente do fato de que somos criaturas dependentes. (S.Jo. 15.7) – Frederik Nietzshe, Voltaire, um agnóstico francês que morreu em 1778. (Gn.2.16,17) em Gn. 3.1 foi o que Satanás propôs ao primeiro casal o Éden.
2º - As tribulações nos aproximam mais das outras pessoas. As tribulações unem famílias, igrejas, etc. (Fp.2.5)
3º - As tribulações ajudam-nos a compreender as outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema. (Pv.25.11; Ecl.3.1)
4º - As tribulações podem ser resultados de uma má semeadura. Neste caso a tribulação serve de punição. (Gl.6.7 – Ex. Paulo At.9.5; IICor.11.23ª25)
5º - As tribulações nos ensinam sobre a maldade no coração do homem. (Jr.17.9)
6º - Nossa vida espiritual é fortalecida na tribulação (IICor.12.9; Rm.8.17,18, IICor.4.8,9,17).

A UNIVERSALIDADE DO SOFRIMENTO

No que tange a enfermidade e a dor que são causadores de tantos sofrimentos. Vimos que sendo ela oriunda da conseqüência do pecado. Então podemos dizer que ela esta em toda parte. Nos cinco continentes (Europeu, Africano, Américo, Asiático, Australiano) percebemos a presença do sofrimento na vida das pessoas. Em paises quentes ou frios, nações civilizadas ou tribos, homens, mulheres, crianças. A doença existe em todas as classes sociais. A riqueza não pode compra a isenção dela. Reis, súditos, patrões, empregados, ricos, pobres, cultos, incultos, professores, alunos, médicos, pacientes, ministrantes, ouvintes. Existe todo tipo de doenças. Doenças que pode transformar o mais forte em fraco. Desestabilizá-lo completamente. O homem se curva diante dela.

AS DIFERENTES ENFERMIDADE CONFERIDAS NA BILBIA

A Bíblia identifica alguns tipos de enfermidades:
1º) Enfermidade como provação. (Jó 2.1; IICor.12.9)
2º) Enfermidade como conseqüência de pecado. (S.Jo.5.4; Mc.2.1; Tg.5.4)
3º) Enfermidade como manifestação da glória de Deus. (S.Jo. 9.1)
4º) Enfermidade como espírito maligno. (Lc.13.10;Mt.9.27)
5º) Enfermidade como causa natural. (ITm.5.23;IITm.4.20)
6º) Enfermidade como genética. (S.Jo.9.1)
7º) Enfermidade como excesso de trabalho. (Fp.2.25-30)
8º) Enfermidade como causa espiritual. (ICor.11.30)


OBSRVAÇÕES IMPORTANTES

Quem põe a enfermidade, Deus, diabo ou é conseqüência do pecado?
Nem todas as enfermidades são conseqüências do pecado, podemos ver isso na Bíblia.
Algumas vezes vimos Deus ferindo (II Cr.26.20; Lv.10.2; Nm.12.7,10,11)
Algumas vezes vimos Deus permitindo que Satanás fira (IICor.12.9; Jó 2).
Algumas vezes vimos Deus enviando um anjo para ferir (Sl.78.49). Muitas vezes a Bíblia não deixa claro se os anjos são bons ou maus (Ap.9; Ez.9.1-11; ICor.10.10). Deus pode usar tanto anjos bons como maus (Gn.19.11; II Rs.19.35; II Sm.24.16; At.12.21-23).
Algumas vezes vimos os demônios sendo o causador das enfermidades (Mt.17.14-21; Mc.9.12-29,33;Lc.9.37-43). Jesus expulsou demônios de pessoas que eram cegas e mudas (Mt.9.32-34; 12.22; Lc.11.14,15). e expulsou demônios de pessoas que sofriam de insanidade (Mt.8.28-34; Mc.5.1-20; Lc.8.26-39). No entanto, não devemos achar que todos os casos de cegueira, epilepsia ou outras enfermidades sejam resultados de atividades demoníacas. Curar enfermidades e expulsar demônios nem sempre é a mesma coisa. (Mc.1.34; Mt.8.16; Lc.7.21; At. 5.16;8.7)
Outra coisa importante é distinguir possessão demoníaca e distúrbios mentais. São duas coisas distintas uma da outra. Muitas pessoas zelosas sem treinamento e discernimento espiritual causaram mais mal do que bem encontrando demônios onde eles não existiam. Confundem distúrbios mentais, como esquizofrenia ou depressão como se fosse possessão demoníaca. Geralmente a possessão demoníaca tem quase os mesmos sintomas com o esquizofrênico em certos aspectos, como alteração de personalidade, força física incomum, alteração de voz, modificação facial etc. Há seis diferença à saber:
1º) Os esquizofrênicos em geral falam de forma incoerente.
Os endemoninhados alteram suas vozes
2º) Os esquizofrênicos acreditam serem outra pessoa, e isso é normalmente percebido pelos os outros, os endemoninhados isto é perceptível.
3º) Os esquizofrênicos freqüentemente fazem alegações que se comprovam falsas referencias com telepatias, já os endemoninhados usam de capacidades extra-sensoriais que são genuínos.
4º) Os esquizofrênicos não reagem negativamente à oração, mas o possesso, sim.
5º) As atividades poltergeiste geralmente não estão presentes em casos de distúrbios mentais, como existem endemoninhados.
6º) Os esquizofrênicos em geral respondem à medicação apropriada, enquanto o individuo endemoninhado não reage.

OS BENEFICIOS CONFERIDOS ÀS ENFERMIDADES

1º) A enfermidade ajuda o ser humano a lembrar-se da morte. (Lc.18.18)
2º) A enfermidade faz com que os homens pensem seriamente sobre Deus. (II Rs.8.8)
3º) A enfermidade ajuda amolecer o coração do homem. (Ez.36.26)
4º) A enfermidade nos torna mais humilde. (IICor.12.9)
5º) A enfermidade nos ajuda testar a nossa autenticidade. (Sl.26.2; Sl.119.67,71)

AS OBRIGAÇÕES IMPOSTAS PELAS ENFERMIDADES

1º) De vivermos constantemente preparados para encontrar com Deus. (Lc.12.16)
2º) De vivermos constantemente prontos para suportá-la com paciência. (Rm.5.3)
3º) De vivermos constantemente em prontidão para ajudar os nossos semelhantes e nos identificarmos com eles. (Mt.25.36;Ef.4.32)
Em resumo o sofrimento serve para enobrecer o homem, para eliminar da mente o orgulho, ampliar novos horizontes.
Em suma; o propósito do sofrimento é reparar os defeitos da personalidade do homem.