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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

SOTEREOLOGIA – “Doutrina Da Salvação”


“Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”. Lc. 9.56

1º - O Significado de Salvação

O termo se deriva da palavra latina “salvare”. “Salvare” pode referir-se a qualquer tipo de salvamento, livramento, etc. “Salvus” significa seguro, a salvo, não prejudicado, ileso, livre. Que vem de “salus”, que significa “saúde” ou “ajuda”. No sentido teológico, salvar é tirar de algum perigo ou mal (incluindo o juízo final), juntamente com a provisão de bem-estar espiritual.

Os escritores sagrados empregam várias palavras que fazem referencia ao conceito geral de “livramento” ou “salvação”, seja no sentido natural, jurídico ou espiritual. O enfoque recai em dois verbos: natsal e yasha‘. O termo hebraico yãsha‘, nifal: “ser salvo”, “ser liberto”; hifil: “salvar”, “livrar”, “conceder vitória”, “ajudar”; “ser (estar) seguro”, “preservar”. Outro termo usado é natsa, “livrar”, “resgatar”, “salvar”, com sentido de “ser libertado”, “ser salvo” ou de “escapar” (i.e., “libertar-se a si próprio”; lit., “arrancar-se fora”). IICr.20.25;32.17; Ex.3.8,22; Ez.14.14.. O substantivo grego sõteria denota “libertação, preservação, salvação”. O verbo sõzõ, “salvar”. O emprego do verbo indica haver em vista uma “salvação” física, pessoal ou nacional.

2º - Os Termos Salvação

No AT há vários tipos:

a) Como “tirar” “livrar” de um fardo, opressão ou perigo: Ex.2.17; Js. 10.6; Jz. 2.16; 12.2; Ex. 14.13; IICr.20.7; Dt.20.4; Ex.14.30; ISm.17.47
b) Sentido militar “ajudar”: IISm.10.11,19, no âmbito a justiça e do direito civil; Dt.22.27; 28.29; IISm.14.4; IIRs.6.26
c) É usada no sentido de suplicas de oração: SL.3.7; 20.5,9
d) Salvação como “refugio”: A salvação poder ser não apenas de ataque, mas também de defesa. Quando surge oposição, é possível esconder-se num refugio em busca de proteção. SL.62.7[8] SL. 18.35[36]; Is.60.18
e) No sentido espiritual: Ez.37.23; Sl.51.14[16]; Jr.17.14
f) Revelado o Caráter de Deus: Is.46.7; Jz.6.31. Is.43.11,12; Jr.1.8,19
g) Salvação Futura: Jr.30.10; Zc.8.7; Ez.34.22; Is.45.22


No NT pode-se referir-se:

a) Livramento material e temporal de perigo e apreensão: 1ª) nacional Lc.1.69,71; At.7.25, “liberdade”; 2ª) pessoal, como no mar At.27.34, “saúde”; da prisão Fp.1.19; do dilúvio Hb.11.7.
b) Livramento espiritual e eterno concedido por Deus: At.4.12; Rm.10.10; 1.16; At. 2.47; 16.31; I Tm 2.4; II Tm. 1.9.
c) Como poder de Deus em livra o homem da escravidão do pecado: I Pe. 1.19; Fp.2.12; Lc.19.9.
d) O futuro livramento dos crentes na vinda de Cristo aos Seus santos: Rm.13.11; I Ts.5.8,9
e) Livramento da nação de Israel no segundo advento de Cristo: II Ts.2.8; Lc.1.71; Ap.12.10
f) As bênçãos dadas por Deus aos homens em Cristo pelo Espírito Santo: II Cor.6.2; Hb.5.9; Jd.3.
g) Representa ocasionalmente o Salvador Yeshû’âh (h[Wv>y): Lc.19.9; S.Jo.4.22.
h) Em atribuições ao louvor a Deus: Ap.7.10; 19.1.
i) Das enfermidades físicas: Mt. 9.22; Mc. 5.34; Lc. 8.48; Tg. 5.15
j) Das possessões demoníacas: Lc 8.36

Embora o título “salvador” (gr. sõtêr) fosse atribuído pelos gregos aos seus deuses, lideres políticos e outros, que trouxessem honra ou benefícios ao seu povo, na literatura cristã era aplicado somente a Deus (I Tm1.1) e a Cristo (At 13.23; Fp 3.20). Todavia, embora as palavras gregas traduzidas por “salvar” e “salvação” não sejam muito freqüentes, o próprio Jesus proclama o tema do NT quando diz: “O Filho do homem veio buscar e salvar [sõsai] o que se havia perdido” (Lc 19.10).

3º - Os três aspectos da Salvação

Há três aspectos da salvação, e cada qual se caracteriza por uma palavra que define ou ilustra cada aspecto. São essas bênçãos simultâneas, na pratica não se separam. Nós separamos para podermos estudá-las. As três constituem a plena salvação. Não pode haver plena salvação sem essas três experiências. A Salvação é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna).

1) Justificação: dikaioõ denota “o ato de pronunciar justo”, “absolver”, “julgar ser certo ou justo”. Mt.11.19; Lc.10.29; 16.15 Rm.3.4; ITm.3.16; Rm.5.1
A “justificação” é objetiva (externa). A palavra “justifica” é termo judicial que significa absolver, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação.

a) A Natureza da Justificação: Absolvição Divina.

Justificação é primeiramente uma mudança de posição da parte do pecador, o qual antes era um condenado; agora, porém goza de absolvição. A justificação é muito mais do que perdão de pecados e remoção da condenação, Deus coloca o ofensor na posição de justo. Ele apaga o passado, os pecados e ofensas, e, em seguida, trata o ofensor como se nunca tivesse cometido um pecado sequer! Deus, ao perdoar o pecador, o declara justificado, isto é, justo aos olhos divinos. (Rm 5.1)

b) A Necessidade da Justificação: A Condenação do homem.

A Bíblia deixa claro o estado moral e espiritual que encontrava o homem. Paulo aos Romanos mostra a degradação, em que o homem estava eternamente sob condenação: outrora conheceram a Deus (Rm. 1:19,20); falhando em adorarem e servirem, seu coração insensato se obscureceu (1.21,22); a cegueira espiritual os conduzia a idolatria (vr.23) e a idolatria os conduzia a corrupção moral (vrs.24-31). São indesculpáveis porque tinha revelação de Deus na natureza (1.19,20; 2.14,15). O judeu também está sob condenação, conhecia a lei de Moises, mas transgrediu essa lei em pensamentos, atos e palavras (cap.2). Paulo assim encerra toda a raça humana sob condenação:
“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”. Rm.319,20
Paulo declarou que pelas obras da lei ninguém será justificado. Essa declaração não é uma critica contra a lei, a qual é santa e perfeita. Significa simplesmente que a lei não foi dada com esse propósito de fazer justo o povo, e, sim, de suprir a necessidade duma norma de justiça. “Pela lei vem o conhecimento do pecado”.
“Mas agora se manifestou sem lei à justiça de Deus” (Rm.3.21). A palavra “agora” introduz uma nova dispensação. Durante muito tempo o homem pecava e aprendia a impossibilidade de aniquilar ou vencer seus próprios pecados. Mas “agora” Deus, declara abertamente através da pessoa de Jesus que somos justo.

c) A fonte da Justificação: A Graça

No hebraico, graça hen, demonstrar favor, afeição, comiseração. O termo grego para graça em o Novo Testamento é charis, usado para graciosidade, amabilidade, favor. Graça é o favor que se dispensa ou se recebe; favor que não merecemos, mas Deus livremente nos concede bênçãos imerecidas, especialmente com referencia ao favor Divino. A salvação é sempre apresentada como dom, um favor não merecido, impossível de ser recompensado; é um beneficio de Deus. (Rm.6.23)
A graça não é tratar a pessoa como merece, nem tratá-la melhor do que merece. É tratá-la graciosamente sem a mínima referencia aos seus méritos. Graça é amor infinito expressando-se em bondade infinita. Graça não significa que Deus é de coração tão magnânimo que abranda a penalidade ou desiste dum justo juízo. A graça de Deus revela-se no fato de haver provido uma expiação pela pode ser justo. A graça se se manifesta independente das obras ou atividades dos homens.
“Porque pela graça, sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Ef.2.9,10
d) Fundamento da Justificação: a justiça de Cristo
Deus proveu a justiça “mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Redenção (agorazõ) é o resgate (lutron) pela libertação por preço pago. “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue”. Propiciar (hilasterion, expiar) aplacava a ira e assegurava o favor de Deus para com os que não merecem. Cristo morreu por nós para nos salvar da justa ira de Deus contra nós. (Is.64.6;Zc.3.1-4)
Sua morte foi um ato perfeito de justiça, porque satisfez a lei de Deus. Foi também um ato de perfeito obediência. O ato pelo qual Deus credita essa justiça à nossa conta chama-se imputação. Imputação (logizomai) é levar à conta de alguém a conseqüência do ato de outrem. As conseqüências do pecado do homem foram credita e levadas à Cristo. Ele vestiu-se das vestes do pecado para que pudéssemos nos vestir do seu “manto de justiça”. “Cristo... para nós foi feito por Deus... justiça” (I Cor.1.30). Ele tornou-se “O Senhor Justiça Nossa” (Jr.23.6).

e) Os meios da Justificação: a Fé.

A fé é o instrumento que o homem apropria-se da justiça de Cristo provida por Deus. Poderíamos dizer que a fé é a mão que recebe o que Deus oferece. (Rm.3.22; 4.11; 9.30; Hb.11.7; Fil.3.9). A fé lança mão da promessa divina e apropria-se da salvação. A doutrina da justificação pela graça de Deus, mediante a fé do homem. Essa graça gratuita é recebida pela fé.
2) Regeneração: palingenesia “novo nascimento” (formado de palin, “de novo”, e gênesis, “nascimento”). Tg.1.18; I Pe.1.23; Tt.3.5; S.Jo.3.5,6.
A “regeneração” é subjetiva (interna), trata da vida interna que corresponde à nossa chamada e que nos faz participantes da natureza divina.

a) Natureza da regeneração

O Novo Testamento descreve a regeneração como:
Nascimento – Deus o pai é quem “gerou”; “nascido de Deus’ (I S.Jo.5.1), “nascido do Espírito” (S.Jo.3.8), “nascido do alto” (S.Jo.3.3,7).
Purificação – Deus nos salvou pela “lavagem da regeneração” (literalmente, lavatório ou banho). Tt.3.5
Vivificação – Somos salvos não somente pela “lavagem da regeneração”, mas também pela “renovação do Espírito Santo” (Sl.51.10; Ef.4.23; Rm.12.2)
Criação – É o resultado pratico de uma transformação radical na natureza, no caráter, nos desejos e propósitos. (II Cor.5.17)
Ressurreição – João Wesley disse: A “regeneração é a grande mudança que Deus opera na alma quando a vivifica; quando ele a levanta da morte do pecado para a vida de justiça”. (Rm.6.4,5; Cl.2.13; 3.1; Ef.2.5,6)

b) A Necessidade da Regeneração.

Em João três, Jesus não tentou explicar o como do novo nascimento, mas explicou o porquê do novo nascimento. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido de Espírito é espírito”. Carne e espírito pertencem a reinos diferentes, e um não pode produzir o outro. A natureza humana poder gerar a natureza humana, mas somente o Espírito Santo pode gerar a natureza espiritual.

c) Os meios de Regeneração.

Por ser um ato inteiramente divino e não tendo aparentemente o homem nenhuma participação, estritamente falando, mas o homem pode tomar parte na preparação para esse novo nascimento, se arrependendo e tendo fé. (At 3.19)

d) Efeitos da Regeneração

Posicionais: Através da “adoção” (“huiothesia, formado de huios, filho e thesis, “posição”, cognato de tithemi, “pôr”; condições de filho dados àquele a quem não lhe pertencem por natureza”). A palavra “adoção” significa literalmente: “dar a posição de filhos”. Literalmente é um termo-legal que indica conceder o privilégio de filiação a um que não é membro da família. (Rm 8.15; Gl 4.5; Ef 1.5)
Espirituais: Devido à sua natureza, a regeneração envolve união espiritual com Deus e com Cristo mediante ao Espírito Santo. Essa união resulta em novo tipo de vida e de caráter; novidade de vida (Rm.6.4); um novo coração (Ez.36.26); um novo espírito (Ez.11.19); um novo homem (Ef.4.24); participantes da natureza divina (II Pe.1.4) e templo do Espírito Santo (II Cor.6.16-18).
Práticos: A pessoa nascida de novo demonstrará esse fato pelo ódio que tem do pecado (I S.Jo.3.9; 5.18); por obras de justiça ( I S.Jo. 2.29); pelo amor fraternal (I S.Jo. 4.7) e pela vitória alcançada sobre o mundo ( I S. Jo.5.4).


3) Santificação: hagiasmos no grego e no hebraico Kadosh é usado para aludir a separação para Deus; “tornar santo” derivado de hagios, “santo”, “separado”. Hb.12.14; I Tm. 2.15; I Ts.4.7; ICor.1.30. Observa-se que “santificação”; “santidade”, e “consagração” são sinônimos, como o são: “santificados” e “santos”. Santificar é a mesma coisa que fazer “santo” ou “consagrar”.
A “santificação” é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna). De modo externo é a separação do pecado e dedicação a Deus; de modo interno é purificação do pecado.

a) Natureza da Santificação

A palavra “santo” tem os seguintes sentidos:
 Separação
 Consagração
 Purificação
 Dedicação

b) O tempo da Santificação


A “santificação” pode reunir duas idéias:


1) Posicional e instantânea
2) Pratica e progressiva


A santificação é posicional e prática - posicional porque envolve uma mudança de posição pela qual o imundo pecador se transforma em santo adorador; prático porque exige uma maneira santa de viver. A santificação pode ser também um ato instantâneo, concedido de imediato ao pecador arrependido; progressivo pelo fato muitas vezes de alguns serem descritos como carnais (I Cor.1.2; 3.3). A “santificação” é o processo de se tornar “santo”, enquanto que a “santidade” é o estado de ser “santo”. (I Ts.3.13; 4.3)

c) Meios divinos de santificação


1) O “sangue de Cristo” (Santificação externa)
Em virtude desse sacrifício de Jesus na cruz do calvário, o crente é eternamente separado para Deus; sua consciência é purificada, e ele próprio é transformado de pecado impuro, em santo adorador, unido em comunhão com o Senhor Jesus Cristo; pois, “assim o que santifica como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hb. 2.11). O que santifica é Cristo (cf. 10.10,14,29; 13.12) e, “os que são santificados” são os que foram redimidos da culpa e do poder do pecado e separados como povo de Deus. A consagração de Cristo para morrer por nós abre o caminho para a nossa santificação.

2) O “Espírito Santo” (Santificação interna)


O Espírito Santo é agente fundamental nesse processo da santificação. O título “Espírito Santo” aparece 94 vezes no NT (inclusive a única ocorrência de “Espírito de santificação”, em Rm 1.4).
A “santificação” é processo mediante o qual Deus está purificando o mundo e os seus habitantes. Seu alvo derradeiro é que tudo, tanto as coisas animadas quanto às inanimadas seja purificado de qualquer mancha de pecado ou de impureza. Com essa finalidade, Ele tem proporcionado os meios de salvação mediante Jesus Cristo.

3) A “Palavra de Deus” (Santificação externa e interna)


Os cristãos são descritos como sendo “gerados pela Palavra de Deus” (I Pe 1.23). A Palavra de Deus despertam os homens a compreenderem a insensatez e impiedade de suas vidas. Quando dão importância à Palavra arrependendo-se e crendo em Cristo, são purificados pela Palavra que lhes fora falada. (João 17.17; Ef. 5.26; João 15.3; Sl.119.9)


5º - As três Condições para Salvação


As três condições apresentadas aqui, são também simultâneas e não consecutivas. Os separamos para melhor estudá-las.
 Arrependimento: metanoia, “reflexão tardia”, “mudança de mente”, “arrependimento”, “lamentar”, “sentir”, literalmente “perceber depois” (formado de meta, “depois”, implicando “mudança”, e noeõ, “perceber de antemão”. Por conseguinte, significa “mudar de mente ou propósito”. Lc.17.3,4; Ap.2.5,16,21; 3.3,19; Mt.21.29; 27.3
 Fé: pistis primariamente, “persuasão firmeza”, cognato de peithõ, “persuadir”. A palavra é usada com referencia à; “confiança”, “fidelidade”, “lealdade”, “certeza”, “garantia”, por metonímia, ao que é crido, o conteúdo da crença, a fé.
 Conversão: strephõ, “virar”, epistrephõ, “voltar-se, virar-se, virar em direção a” (formado de epi, “em direção a”). Mt. 18.3; Tg.5.19,20; At.3.19

6º - Qual a diferença entre o “arrependimento” e a “fé”?


A “fé” é o instrumento pelo qual recebemos a salvação. O “arrependimento” ocupa-se com o pecado, enquanto a fé ocupa-se com a misericórdia de Deus.


A três perguntas essências e fundamentais:


1º) Pode haver fé sem arrependimento? Não.
2º) Pode haver arrependimento verdadeiro sem fé? Não.
3º) São a fé, e o arrependimento medidas preparatórias à salvação? Não. Por quê? Ambos acompanham o crente durante sua vida cristã. Poderíamos dizer que o arrependimento é o zelo pela purificação da alma; a fé opera o amor pelas coisas de Deus.

Há três elementos que constituem o “arrependimento”:


a) Intelecto
b) Emoção
c) Prático
Há três elementos assentimentos que constituem a “fé”:
a) Intelecto
b) Emoção
c) Vontade

7º - Qual a diferença entre “arrependimento” e “conversão”?

O “arrependimento” significa literalmente “mudar de idéia ou de propósito”, está sempre relacionado com o pecado. Enquanto a “conversão”, segundo a definição mais simples, é abandonar o pecado e aproximar-se de Deus - At.3.19.
O termo é usado tanto para expressar a volta de um pecador aos caminhos da justiça, como um transgressor arrependido que já se encontra no caminho da justiça. Mt.18.3; Lc.22.32; Tg.5.20
A “conversão” está relacionada com o “arrependimento” e a “fé”, e, ocasionalmente, representa tanto um como outro ou ambos, no sentido de englobar todas as atividades do homem, em abandonar o pecado e se aproximar-se de Deus.

8º - A Segurança da Salvação


A salvação é condicional ou incondicional? Uma vez salvo, salvo para sempre? De quem depende a salvação de Deus ou do homem? Podemos resistir à graça de Deus? Ou a graça é irresistível?
Alguns cristãos entendem que a salvação se completa basicamente no início da vida cristã – “fomos salvos”. Outros vêem a salvação como um processo – “estamos sendo salvos”. Ainda outros pensam na salvação como algo que ainda será recebido no futuro – “seremos salvos”.
Há dois pensamentos teológicos concernentes a extensão da salvação:
a) A posição particularista – sustenta que nem todos responderão afirmativamente a Deus: alguns se perderão e outros serão salvos.
b) A posição universalista – sustenta que Deus restaurará todos os homens, segundo pretendia desde o inicio. Ninguém se perderá.
Como por exemplo:
 O desviado é uma pessoa que outrora tinha o zelo de Deus, mas agora se tornou fria. (Mt.24.12)
 Outrora obedecia a palavra de Deus, mas o mundanismo e o pecado impediram seu crescimento e frutificação. (Mc.13.22)
 Outrora pôs a mão no arado, mas olhou para trás. (Lc.9.62)
 Outrora obedecia à voz da consciência, mas agora jogou para longe de si a bússola que o guiava. (I Tm.1.19)
 Outrora se alegrava em chamar-se cristão, mas agora se envergonha de confessar o seu Senhor. (II Tm. 1.8; 2.12)
 Outrora estava liberto da contaminação do mundo, mas agora voltou como a “porca lavada ao espoja douro de lama”. (II Pe.2.22)


1º - Calvinismo¹


A doutrina de João Calvino, a salvação é inteiramente de Deus, o homem absolutamente nada tem a ver com sua salvação. Se o homem, se arrepender, crer e for a Cristo, é inteiramente por causa do poder atrativo do Espírito de Deus. Isso se deve ao fato de que a vontade do homem se corrompeu desde a queda, que, sem ajuda de Deus, não pode nem se arrepender, nem crer, nem escolher corretamente.

2º - Arminianismo²


O ensino arminiamo é que a vontade de Deus é que os homens sejam salvos, porque Cristo morreu por todos. (I Tm. 2.4-6; Hb. 2.9; II Cor. 5.14; Tito 2.11,12).
Com esta finalidade ele oferece sua graça a todos. Embora a salvação seja obra de Deus, ele pode escolher aceitar a graça de Deus, ou pode resistir-lhe e rejeitá-la. Seu direito de livre arbítrio, sempre permanece.


1- João Calvino, o maior Teólogo do Cristianismo depois de Agostinho, bispa de Hipona, nasceu na cidade de Noyon, Picardia, França, aos 10 de julho de 1509. O nome Calvino é a forma latina de Calvinus.
2- Jacó Armínio (James Arminius) era um destinto pastor e professor holandês, cuja formação Teológica havia sido calvinista. Boa parte de seus estudos ocorreram em Genebra, sob a direção de Teodoro de Beza.


3º - Equilíbrio escriturístico


As respectivas posições fundamentais, tanto do Calvino como do Arminio, são ensinadas nas Escrituras. O Calvinismo exalta a graça de Deus como a única fonte de salvação – assim o faz a Bíblia; o Arminianismo acentua a livre vontade e responsabilidade do homem – e assim o faz a Bíblia.
Quando a ênfase demasiada à soberania e a graça de Deus na salvação pode conduzir a uma vida descuidada. Se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm a ver com a salvação, pode tornar negligente. Por outro lado, quando a ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de toda confiança de sua salvação.
“Os dois extremos devem ser evitados: a ilegalidade e o legalismo”.

9º - A Certeza da Salvação


Para abalar o crescimento espiritual dos crentes, Satanás lança dúvidas sem fundamento nos corações. Um fato a ser considerado seriamente, é o daquela pessoa que professa ser crente, mas não demonstra evidências de que Cristo transformou sua vida. Provavelmente não é um cristão verdadeiro e, portanto, não é (e nunca foi) salvo (I S. Jo. 2:19).
O Senhor deseja que seus filhos saibam que são salvos; Ele nos mostra isso através da Sua Palavra (I S.Jo. 5:13).

I. O Testemunho do Espírito Santo


 O Espírito Santo habita em cada cristão – Rm 8.9; I Jo 3.24;4.13
 O Espírito Santo testifica que somos filhos de Deus – Rm 8.16; Gl 4.6..
 O Espírito Santo dá o desejo pela Palavra de Deus – S.Jo 6.68,69
 O Espírito Santo põe o desejo de orar – Cl 4.2; I Ts. 5.16-18
 O Espírito Santo põe o desejo de ter comunhão com os irmãos – I Jo. 3.14; Jo13. 34,35
 O Espírito Santo põe o desejo de testemunhar – I Pe 3.15
 O Espírito Santo põe o desejo de fazer boas obras – Ef 2.10; Tt 2.14
 O Espírito Santo põe o desejo de tornarmos mais como Cristo – S. Jo. 13.12-14; I Pe.2.21-23

II. Perseverança dos Santos


A perseverança dos santos é uma doutrina que afirma que todo aquele que Deus chamou para a sua graça não pode perder a salvação, mas, certamente, Ele o fará perseverar, pois é eternamente salvo. Apesar de haver a vontade do homem, no final de tudo é Deus que preserva o Cristão através do operar do Espírito Santo no seu coração.
O termo “perseverança” no grego proskarteresis que do latim perseverantia denota ação e efeito de perseverar; persistência; constância. Permanecer firme e constante em um sentimento, uma resolução; persistir, permanecer, ficar, resistir, suportar.

III Apoio Explícito


 O selo e o penhor do Espírito Santo (II Cor 1.22;5.5; Ef 1.13
 A posição espiritual do crente (Ef 2.6; Fp 1.6)
 A proteção por parte de Deus (II Ts 1.12; II Tm 1.12;4.12)
 Nada pode nos separar do amor de Deus (Rm 8.31-39)
 As palavras de Jesus é vida eterna (S.Jo 5.24; 6.35,37,51,58)

IV As palavras do próprio Senhor Jesus - Segurança maior que está não pode haver:


 - S.João 5.24 – “tem vida eterna – não entra em juízo – mas passou da morte para a vida”
 - S. João 6.37 – “de modo nenhum o lançarei fora”
 - S. João 6.51,58 – “viverá eternamente”
 - S. João 10.27,29 – “Eu lhe dou a vida eterna – jamais perecerão eternamente – ninguém as arrebatará das minhas mãos – das mãos do pai ninguém pode arrebatar”
 - S. João 11.25,26 – “Quem crê em mim, ainda que morra viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente”.
Mediante estas passagens Bíblicas, podemos afirmar que, o cristão pode e deve ter certeza da sua salvação.

V - Apoio lógico


Afinal a salvação depende da obra efetuada na cruz ou da fidelidade humana? É um dom gratuito ou tem que ser conquistada por obras (obediência)?
Quando recebemos a Cristo, recebemos a vida eterna; se pudéssemos perder a vida eterna, então ela não seria vida eterna. A nossa salvação não depende da nossa perfeição, mas da perfeição da completa obra de Cristo por nós. Ele disse: "está consumado”.
Qual o tamanho do pecado que nos levaria a perder a salvação; um adultério, uma mentira? Para Deus não tem tamanho de pecado e nós pecamos diariamente.

Passagens Aparentemente Difíceis:


1º) João 15.1-5 – O fogo não é necessariamente o inferno, mas pode ser o juízo das obras- (I Cor. 3.11-15; 11.30)
2º) Mateus 24.13 – O contexto refere-se a Grande Tribulação e não a dispensação da Graça.
3º) Apocalipse 2.10 – Não devemos confundir Coroa da Vida (galardão) com a Salvação.
4º) Hebreus 6.4-6 – Essas palavras foram dirigidas a cristão; o escritor aos hebreus não se dirigiu aos não regenerados. Aqueles aos quais foram dirigidas são descritos como havendo sido uma vez “iluminados”, havendo “provado” o dom celestial, “participantes” do Espírito Santo, havendo “provado” a boa Palavra de Deus e as “virtudes” do século vindouro.
Aqueles aos quais foram dirigidas essas palavras eram cristãos hebreus, que, desanimados e perseguidos (10.32-39), estavam tentados a voltar ao judaísmo. Antes de serem novamente recebidos na sinagoga, requeria-s deles que, publicamente, fizessem as seguintes declarações (10.29): que Jesus não era o Filho de Deus; que seu sangue havia sido derramado justamente como o dum malfeitor comum; e que seus milagres foram operados pelo poder do maligno.
Voltar à sinagoga seria de novo crucificar o Filho de Deus e expô-lo ao vitupério; seria um terrível pecado de apostasia (6.6); seria como o pecado imperdoável para o qual não há remissão, porque a pessoa que está endurecida ao ponto de cometê-lo não pode ser “renovada para arrependimento”; seria digna dum castigo mais terrível do que a morte (10.28); e significaria incorrer na vingança do Deus vivo (10.30,31).


10º - Resumo


A tua vida é tão importante que Deus deixou estabelecido tudo o que necessitas para ser salvo e para viver nesta vida com uma esperança viva, com paz e com a presença do próprio Deus.


Todos somos pecadores. O homem sobre o abismo representa a cada um de nós. Estamos separados de Deus
A Bíblia diz: “isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem; pois não há distinção. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 3:22, 23;6:23



Não Podemos Salvar a nós mesmos. A vida eterna é uma prenda.
“Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” - Efésios 2:9
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” - Romanos 6:23
“Por que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?” - Marcos 2:7


Cristo morreu por nós e ressuscitou. “Mas Deus dá prova do seu amor para convosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” Romanos 5:8; “Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. Tu crês que Cristo morreu por ti e que vive ainda hoje? As palavras anteriores afirmam que sim.

Por fé devemos receber a Jesus Cristo como o nosso único Senhor e Salvador. Como receber a Jesus Cristos? “Mas, a todos quantos o receberam (a Cristo), aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;” João 1:12. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16. “Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.” Actos 16:31.


Quando recebemos a Cristo, Ele dá-nos a vida eterna. Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.” João 5:24


O que ocorre quando recebes a Jesus Cristo?


1º) Tu passas da morte para a vida. João 5:24 - "Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida."
2º) Os teus pecados são perdoados. Colossenses 1:14 -"em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados;"
3º) Tu tornaste filho de Deus. João 1:12 - "Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;"
4º) Tu ficas livre da escravidão. João 8:36 - "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
5º) Tu tornaste nova criatura em Cristo Jesus. IICoríntios 5:17 - "Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."


Tu podes imaginar algo mais glorioso do que pode te acontecer? Aceita agora a JESUS CRISTO como teu único Senhor e Salvador, e verá o que Deus fará em ti por intermédio de JESUS CRISTO.


Se aceitares a Jesus Cristo o que fazer em seguida?


1º) Lêem a Bíblia todos os dias. “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” Mateus 4:4
2º) Ora a Deus sempre. “Orai sem cessar. Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” I Tessalonicenses 5:17, 18. Orar é conversar com Deus.
3º) Confessa a Deus cada pecado. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” I João 1:9.
4º) Conta aos outros a tua experiência. Jesus disse: “Volta para tua casa, e conta tudo quanto Deus te fez. E ele se retirou, publicando por toda a cidade tudo quanto Jesus lhe fizera.” Lucas 8:39


Onde procurar ajuda na hora da necessidade?


1º) Quando precisar de coragem
Salmo 138:3; Efésios 6:10-13
2º) Quando enfrentar o perigo
Salmo 91; Salmo 121
3º) Quando duvidar da sua salvação
João 3:16; 1 João 5:11-13
4º) Quando duvidar do poder de Deus para mantê-lo fiel
Filipenses 1:6; I Pedro 1:5
5º) Quando passar por dificuldades financeiras
Salmo 34:10; Filipenses 4:19
6º) Quando precisar de perdão
Hebreus 4:15-16; I João 1:9
7º) Quando de orientação
Provérbios 3:5-6; Tiago 1:5
8º) Quando se sentir só e triste
Salmos 23; Hebreus 13:5
9º) Quando sua paciência for provada
Romanos 8:28-29; Tiago 1:2-4
10º) Quando precisar de paz num momento difícil
João 14:27; 16:33; Filipenses 4:6-7
11º) Quando estiver cheio de orgulho e soberba
I Coríntios 4:7; Filipenses 2:3-8
12º) Quando estiver sobrecarregado com muitos problemas
Salmo 55:22; I Pedro 5:7
13º) Quando precisar de descanso
Mateus 11:28-30; Gálatas 6:9
14º) Quando motivado por sentimento egoísta
Filipenses 4:8; I João 2:15-17
15º) Quando passar por tristezas
Romanos 8:26-28; II Coríntios 1:3-5
16º) Quando buscar o padrão de Deus
Mateus 5:48; Mateus 22:36-40
17º) Quando estiver sofrendo
Salmo 34:19; II Coríntios 4:17
18º) Quando enfrentar tentação
I Coríntios 10:13; Tiago 1:2-4; Tiago 12-15
19º) Quando passar por injustiça
I Pedro 2:19-23; 1 Pedro 4:12-15
20º) Quando se sentir fraco e incapaz
II Coríntios 12:9-10; Filipenses 4:13


Bibliografia
Larousse Ilustrado da Língua Portuguesa
Dicionário Internacional d Teologia do AT – R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr.; Bruce K. Waltke
Dicionário VINE – W.E.Vine; Mirres F. Unger; William White Jr.
Chave lingüística do Novo Testamento – Fritz Rienecker; Cleon Rogers
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Myer Pearlman
Introdução à Teologia Sistemática – Millard J. Erickson
Bíblia de Estudo Pentecostal – Donald C. Stamps
Teologia Sistemática – Stanley M Horton





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