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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

ANATOMIA DO SOFRIMENTO


O assunto surgiu após ter lido um livro “Quando coisas ruins acontecem às pessoas Boas”, de um jovem rabino estudante de Teologia, Harold Kushner. Rabino de uma pequena cidade; o clérigo consolava as pessoas visitadas pela dor e pelo sofrimento. No instante, porém, em que soube que seu filho Aaron, de três anos de idade, morreria de uma doença rara, “progéria” no inicio da adolescência, ele se deparou com a mais importante e mais terrível questão que alguém pode enfrentar: Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?
Progéria (do grego gera, “velhice”) é uma doença genética da infância extremamente rara, caracterizada por um dramático envelhecimento prematuro. A expectativa média de vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos. Desde a sua identificação foram relatados cerca de 100 casos. Estima-se que afeta um de cada oito milhões de recém nascidos. A forma mais severa desta doença é a chamada síndrome de Hutchinson-Gilford nomeada assim em honra de Jonathan Hutchinson, que foi o primeiro em descrevê-la em 1886 e de Hastings Gilford que realizou diferentes estudos a respeito de seu desenvolvimento e características em 1904.
São nos momentos mais difíceis que fazemos nossos questionamentos, nossas reflexições, indagações, quando somos afligidos pelas lutas, tribulações, enfermidades, adversidades, todo tipo de situações desagradáveis em que sobre vêem inesperadamente e descontroladamente sobre a nossa vida.
Se existe um Deus Todo Poderoso, Onisciente, Onipotente, Onipresente, misericordioso, amoroso. Porque permitem tanta maldade, perversidades que têm causado sofrimento e dor neste mundo. Porque não poupam à humanidade de tanta tragédia. Em que as pessoas inocentes são constantemente vitimas dessas tragédias e destruição. Porque não falar de pestes, enfermidades, epidemias que tem sido a causa de sofrimento e dor na vida de muitas pessoas. Onde está Deus num momento como esse? Porque Ele não evita essas tragédias, que vidas inocentes são ceifadas impiedosamente.
Como pode Deus estar passivo a uma situação com essa? Será que Ele não está vendo? Porque Ele não dá um fim em tudo isso? Amenizando o sofrimento e dor de muitas pessoas?
Principalmente quando se diz respeito a nós, aos nossos filhos, nossa família. Seria inacreditável pensar numa tragédia dentro da nossa casa. Se isso acontecer o que pensaremos acerca de Deus? Porque Ele não guardou minha casa? Porque Ele permitiu tudo isso? Não poderia evitar um pouco de sofrimento e dor? Se Deus é pai Ele deve cuidar, alimentar, proteger. Mas se isso não está acontecendo Deus esta omitindo seu papel de Pai?
Outros dizem, sou dizimista, oro, jejuo me santifico então estou protegido, nenhum mal poderá vir sobre mim. Mas se alguma coisa vier acontecer em nossas vidas qual é o nosso procedimento diante dessas circunstâncias ou diante dessa situação. Como reagirei?
Às vezes temos que nos defrontar com momentos de crise, acompanhado de dor e sofrimento. A grande pergunta que se levanta é: Por que eu, Senhor? Por que o Senhor está fazendo isso comigo? Será que realmente Deus está nos afligindo com tantas preocupações, sofrimentos e dor?
Estás e outras indagações têm sido durante séculos feitas por muitas pessoas e se não dizer por nós mesmos, quando somos surpreendidos por uma avalanche de situações desagradáveis.
O objetivo desse estudo não é amenizar o sofrimento, mas sim, trazer a luz da Bíblia, algumas informações essenciais que poderão pelo menos esclarecer melhor e compreender algumas questões que parece no presente momento difícil.

QUANDO A ENFERMIDA ATACA

John e Cláudia tinham pouco mais de vinte anos e eram recém-casados. Estavam felizes. Mas essa felicidade durou apenas um ano. Claudia contraíra a doença de Hodgkins – câncer das glândulas linfáticas, e os médicos diziam que sua chance de vida era apenas 50%.
Os cirurgiões fizeram-lhe um corte que ia da axila até o abdome e removeram todo e qualquer traço visível da doença. Fraca e confusa, ela estava ali, num leito de hospital.
- Ó Deus, porque nós? Deu-nos apenas um ano de casamento feliz para então nos trazer esta dor? – clamava ela.
Foi feito alguns tratamentos e um desses, o de “cobalto” arruinou o organismo de Cláudia. Perdendo a beleza, fazendo sentir constantemente cansado, sua pele tornou-se escura, o cabelo começou a cair, e a garganta estava sempre inflamada e ferida. Vomitava quase tudo que comia. Os médicos precisaram suspender o tratamento por algum tempo, pois a garganta havia inflamado de tal maneira que ela não podia engolir nada.
Todo o dia Cláudia pensava em Deus e na dor que sentia, principalmente quando na sala de tratamento. Naquela sala fria, estirada numa mesa...cada radiação fazia seu corpo envelhecer meses.
As Visitas
De inicio, Cláudia esperava consolo e conforto dos seus amigos cristão. Mas isso nem sempre acontecia. Geralmente as pessoas até bem intencionadas traziam palavras que causavam mais tristeza do que alegria.
O “primeiro” foi diácono disse-lhe deve haver alguma coisa em sua vida que desagrada a Deus. Em outras palavras ela deveria estar em “pecado”. É o que geralmente as pessoas pensam logo de principio quando vê alguém sofrendo.
O “segundo” disse que ela tinha deixado de fazer a vontade de Deus.
O “terceiro” disse que ela deveria descobrir o que é que Deus está querendo lhe dizer.
O “quarto” cantou alguns hinos e recitou alguns salmos, a fim de afastar o sofrimento.
O “quinto” disse que ela precisava ter fé, que a fé remove montanhas, inclusive o câncer.
O “sexto” falou que a doença jamais é da vontade de Deus – insistia ele.

QUAIS AS CAUSAS DO SOFRIMENTO

No evangelho João 16.33, Jesus disse que no mundo teremos aflição. O termo grego thlipsis significa pressão, opressão, estresse, angustia tribulação. Essa palavra vem de thibo que tem sentido de espremer, pressionar, esmagar, apertar e sofrimento.
1º - Pecado – Gn. 3. Rm. 8.22,23 – 3.23; 6.23; 5.12. O pecado é a causa original de toda a doenças, moléstias e sofrimento. Is.1:5,6
Assim, o sofrimento se tornou comum a todos, como conseqüência do pecado. Eclesiastes 9.2,3 – Mateus 5.45
2º - Por causa das escolhas erradas que fazemos na vida. Gl.6.7 – Uma decisão errada muitas pessoas podem sofrer. Vimos isso nos efeitos da guerra.
3º - Por transgredimos as leis. Mateus 4.1 - A lei da causalidade. Plantou, colhe. Muitas pessoas acionam a lei da causalidade e esperam que remova as conseqüências – I Sm.11.1;12.12
4º - Terremotos, furacões, raios, inundações atingem as pessoas sem lhe perguntar se ela é boa ou má. Mt.24.7 – Obs. Quem está por de trás dos terremotos, maremotos, vendavais?
5º - Sofremos por causa da justiça. Mt.5.10-12
6º - Sofrimento como meio disciplinar. Hebreus 12.6-8; Ap.3:19.
7º - Sofremos por cometermos pecados graves. At.12.23;5.1

A NECESSIDADE DO SOFRIMENTO

1º - As tribulações tornam-nos mais consciente do fato de que somos criaturas dependentes. (S.Jo. 15.7) – Frederik Nietzshe, Voltaire, um agnóstico francês que morreu em 1778. (Gn.2.16,17) em Gn. 3.1 foi o que Satanás propôs ao primeiro casal o Éden.
2º - As tribulações nos aproximam mais das outras pessoas. As tribulações unem famílias, igrejas, etc. (Fp.2.5)
3º - As tribulações ajudam-nos a compreender as outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema. (Pv.25.11; Ecl.3.1)
4º - As tribulações podem ser resultados de uma má semeadura. Neste caso a tribulação serve de punição. (Gl.6.7 – Ex. Paulo At.9.5; IICor.11.23ª25)
5º - As tribulações nos ensinam sobre a maldade no coração do homem. (Jr.17.9)
6º - Nossa vida espiritual é fortalecida na tribulação (IICor.12.9; Rm.8.17,18, IICor.4.8,9,17).

A UNIVERSALIDADE DO SOFRIMENTO

No que tange a enfermidade e a dor que são causadores de tantos sofrimentos. Vimos que sendo ela oriunda da conseqüência do pecado. Então podemos dizer que ela esta em toda parte. Nos cinco continentes (Europeu, Africano, Américo, Asiático, Australiano) percebemos a presença do sofrimento na vida das pessoas. Em paises quentes ou frios, nações civilizadas ou tribos, homens, mulheres, crianças. A doença existe em todas as classes sociais. A riqueza não pode compra a isenção dela. Reis, súditos, patrões, empregados, ricos, pobres, cultos, incultos, professores, alunos, médicos, pacientes, ministrantes, ouvintes. Existe todo tipo de doenças. Doenças que pode transformar o mais forte em fraco. Desestabilizá-lo completamente. O homem se curva diante dela.

AS DIFERENTES ENFERMIDADE CONFERIDAS NA BILBIA

A Bíblia identifica alguns tipos de enfermidades:
1º) Enfermidade como provação. (Jó 2.1; IICor.12.9)
2º) Enfermidade como conseqüência de pecado. (S.Jo.5.4; Mc.2.1; Tg.5.4)
3º) Enfermidade como manifestação da glória de Deus. (S.Jo. 9.1)
4º) Enfermidade como espírito maligno. (Lc.13.10;Mt.9.27)
5º) Enfermidade como causa natural. (ITm.5.23;IITm.4.20)
6º) Enfermidade como genética. (S.Jo.9.1)
7º) Enfermidade como excesso de trabalho. (Fp.2.25-30)
8º) Enfermidade como causa espiritual. (ICor.11.30)


OBSRVAÇÕES IMPORTANTES

Quem põe a enfermidade, Deus, diabo ou é conseqüência do pecado?
Nem todas as enfermidades são conseqüências do pecado, podemos ver isso na Bíblia.
Algumas vezes vimos Deus ferindo (II Cr.26.20; Lv.10.2; Nm.12.7,10,11)
Algumas vezes vimos Deus permitindo que Satanás fira (IICor.12.9; Jó 2).
Algumas vezes vimos Deus enviando um anjo para ferir (Sl.78.49). Muitas vezes a Bíblia não deixa claro se os anjos são bons ou maus (Ap.9; Ez.9.1-11; ICor.10.10). Deus pode usar tanto anjos bons como maus (Gn.19.11; II Rs.19.35; II Sm.24.16; At.12.21-23).
Algumas vezes vimos os demônios sendo o causador das enfermidades (Mt.17.14-21; Mc.9.12-29,33;Lc.9.37-43). Jesus expulsou demônios de pessoas que eram cegas e mudas (Mt.9.32-34; 12.22; Lc.11.14,15). e expulsou demônios de pessoas que sofriam de insanidade (Mt.8.28-34; Mc.5.1-20; Lc.8.26-39). No entanto, não devemos achar que todos os casos de cegueira, epilepsia ou outras enfermidades sejam resultados de atividades demoníacas. Curar enfermidades e expulsar demônios nem sempre é a mesma coisa. (Mc.1.34; Mt.8.16; Lc.7.21; At. 5.16;8.7)
Outra coisa importante é distinguir possessão demoníaca e distúrbios mentais. São duas coisas distintas uma da outra. Muitas pessoas zelosas sem treinamento e discernimento espiritual causaram mais mal do que bem encontrando demônios onde eles não existiam. Confundem distúrbios mentais, como esquizofrenia ou depressão como se fosse possessão demoníaca. Geralmente a possessão demoníaca tem quase os mesmos sintomas com o esquizofrênico em certos aspectos, como alteração de personalidade, força física incomum, alteração de voz, modificação facial etc. Há seis diferença à saber:
1º) Os esquizofrênicos em geral falam de forma incoerente.
Os endemoninhados alteram suas vozes
2º) Os esquizofrênicos acreditam serem outra pessoa, e isso é normalmente percebido pelos os outros, os endemoninhados isto é perceptível.
3º) Os esquizofrênicos freqüentemente fazem alegações que se comprovam falsas referencias com telepatias, já os endemoninhados usam de capacidades extra-sensoriais que são genuínos.
4º) Os esquizofrênicos não reagem negativamente à oração, mas o possesso, sim.
5º) As atividades poltergeiste geralmente não estão presentes em casos de distúrbios mentais, como existem endemoninhados.
6º) Os esquizofrênicos em geral respondem à medicação apropriada, enquanto o individuo endemoninhado não reage.

OS BENEFICIOS CONFERIDOS ÀS ENFERMIDADES

1º) A enfermidade ajuda o ser humano a lembrar-se da morte. (Lc.18.18)
2º) A enfermidade faz com que os homens pensem seriamente sobre Deus. (II Rs.8.8)
3º) A enfermidade ajuda amolecer o coração do homem. (Ez.36.26)
4º) A enfermidade nos torna mais humilde. (IICor.12.9)
5º) A enfermidade nos ajuda testar a nossa autenticidade. (Sl.26.2; Sl.119.67,71)

AS OBRIGAÇÕES IMPOSTAS PELAS ENFERMIDADES

1º) De vivermos constantemente preparados para encontrar com Deus. (Lc.12.16)
2º) De vivermos constantemente prontos para suportá-la com paciência. (Rm.5.3)
3º) De vivermos constantemente em prontidão para ajudar os nossos semelhantes e nos identificarmos com eles. (Mt.25.36;Ef.4.32)
Em resumo o sofrimento serve para enobrecer o homem, para eliminar da mente o orgulho, ampliar novos horizontes.
Em suma; o propósito do sofrimento é reparar os defeitos da personalidade do homem.

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